terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Vidas de Papas da Igreja Católica - (16) - 25 de Dezembro de 2012


Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12 que venho a transcrição das Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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SÃO INOCÊNCIO I
Inocncio I
Santo Inocêncio I
(De 401 a 417)
Foi um pontificado com problemas, mas a eleição de Santo Inocêncio em 21 de Dezembro de 401 marcou uma viragem na história do pontificado romano.
No domínio eclesiástico, Santo Inocêncio restaurou a centralização da cristandade ocidental em Roma, impondo a liturgia, a disciplina e costumes romanos contra as tradições locais. No Oriente, definiu o poder dos patriarcas, reservando à Santa Sé o tribunal de última instância e a solução definitiva de questões dogmáticas.
No seu pontificado teve lugar o último martírio de um cristão no anfiteatro romano, o monge Telémaco. A sua morte contribuiu para o fim  dos combates nas arenas dos circos.
A grande provação surgiu quando os Visigodos, provenientes da Escandinávia e da Alemanha, entraram, pelo Norte de Itália comandados por Alarico, em 410, e Roma é devastada por impiedoso saque.
Foram dias maus, até que, inesperadamente, Alarico morre e o seu sucessor, Ataúlfo, casa com uma irmã do imperador Honório, entra em acordo com ele e compromete-se a reconquistar as Gálias e a Espanha.
Derrotados os Vândalos, Alanos e Suevos, Ataúlfo conquista a Narbonense, no Sul da Gália, e passa os Pirenéus, dando início ao domínio visigótico na Península Hispânica, onde se mostram um povo pacifico e assimilador.
Entretanto, em Roma, aliviada dos bárbaros, surge a heresia pelagiana, pregada por Pelágio, oriundo da Grã-Bretanha, uma doutrina que entusiasma pessoas piedosas, mas de fracos conhecimentos teológicos: «O homem poderia, sem qualquer auxílio sobrenatural, só por si, evitar todos os pecados, praticar qualquer obra boa e alcançar a visão beatifica».
Contra semelhante doutrina, ao mesmo tempo absurda e aliciante, ergue-se São Jerónimo do seu refúgio em Belém, secundado por Paulo Orósio, historiador e teólogo nascido em Braga, em 385, que, a conselho do seu mestre Santo Agostinho, tinha ido a Belém para consultar São Jerónimo.
Por fim, é Santo Agostinho quem enfrenta a heresia pelagiana e em dois concílios consegue a sua condenação que Inocêncio I, a pedido desse grande Doutor da Igreja, confirma com a excomunhão contra os principais responsáveis. Ao receber a resposta do Papa, Santo Agostinho, profere então a frase que ficou célebre  «Roma locuta est, causa finita est» (Roma falou, está encerrada a questão).
Santo Inocêncio faleceu, pouco depois, sendo sepultado no Cemitério de Santa Priscila. Em 845, Sérgio II trasladou o seu corpo para a Igreja do Título, em Equício.
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SANTO ZÓZIMO
Zozimo
São Zósimo
(De 417 a 418)
Eleito em 18 de Março de 417, o seu pontificado foi perturbado pela doutrina pelagiana, uma doutrina herética defendida pelo frade Pelágio (360-422), segundo a qual o pecado original de Adão não se pode perpetuar pela descendência, estando o homem livre e puro à nascença e não necessitando do estado de graça para, quando morrer, subir aos céus.
Celéstio, braço direito de Pelágio e grande orador, dirigiu-se a Roma e conseguiu convencer o papa com protestos de ortodoxia, servindo-se de dois memoriais, um seu, outro de Pelágio, em que evitavam pronunciar-se claramente acerca do pecado original e da graça submetendo todas as questões à decisão do supremo pontífice.
Zózimo, convencido da sua boa-fé, escreve a Santo Agostinho e demais bispos do Norte de África, pedindo que reformulassem as suas objecções contra tal doutrina. Um sínodo de 214 bispos, reunido em Cartago em 418, não teve dificuldade em desmascarar a heresia.
São Zózimo, já esclarecido e inteirado da má-fé de Celéstio e Pelágio, convoca Pelágio à sua presença, mas ele, prevendo o pior, ausenta-se de Roma. O papa redige então um  documento a confirmar a condenação do pelagianismo.
Além de Cartago, o pelagianismo foi condenado nos concílios de Jerusalém, Antioquia e Mileve e, oficialmente , combatido no II Concilio de Orange (529).
São Zózimo também defendeu o bispo de Arles contra o bispo de Marselha, que lhe disputava a supremacia da Narbonense.
O Liber Pontificalis atribui a São Zósimo o estabelecimento de várias normas disciplinares como : o uso de um manípulo de linho a usar pelos diáconos no braço esquerdo, a extensão a todas as paróquias do privilégio de benzer o círio pascal, até então exclusivo das basílicas maiores, bem como a proibição de os escravos e filhos ilegítimos receberem o sacerdócio.
São Zózimo, que, ao que parece, não foi um papa muito popular, tem o seu corpo sepultado na Igreja de São Lourenço Extramuros, em Roma.
Continua:…
Post colocado em 25-12-12 – 11H00
ANTÓNIO FONSECA

1 comentário:

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