segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Vidas de Papas da Igreja Católica (15) - 24 de Dezembro de 2012


Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12 que venho a transcrição das Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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SÃO SIRÍCIO
Sricio
São Sirício
(De 384 a 399)
A escolha de São Sirício, em 15 de Dezembro de 384, foi acertada. O imperador Valentiniano, escrevendo ao prefeito de Roma, diz: «Abona a favor do povo romano o ter elegido um óptimo sacerdote e alegramo-nos com isso. Considerando que foi escolhido Sirício, bispo muito virtuoso, quando o improbo Ursino já se fazia aclamar, é sinal de sabedoria ter sido eleito por aclamação».
Dois meses depois da eleição, realizada em Dezembro de 384, responde ao bispo de Tarragona, que o consultou sobre questões referentes ao baptismo, confissão, celibato do clero e outros assuntos de disciplina eclesiástica. São Sirício escreve uma carta que foi considerada a primeira “decretal”, documento comprovativo da consciência duma autoridade disciplinar absoluta e universal. Desta carta se diz que terá sido a primeira legislação do celibato eclesiástico.
Em 386 (ano da conversão do que viria a ser um grande Doutor da Igreja, Santo Agostinho), um concílio realizado em Roma afirmaria, de modo inequívoco, o poder e o primado da Igreja.
Dois anos depois, São Sirício reúne um sínodo em que considera Joviano e os seus seguidores, que, advogando uma falsa moral, rejeitavam o jejum e o celibato, bem como Bonoso, bispo de Sárdica, que, a par de erros relativos ao dogma trinitário, negava a virgindade de Maria.
São Sirício foi o primeiro a ser tratado por “papa” (paizinho), num escrito sinodal enviado de Milão em 390, muito embora semelhante apelativo só a partir do século VI passasse a ser pertença exclusiva do bispo de Roma.
Durante o seu pontificado seria morto em França, sem sua interferência, Prisciliano, o primeiro herege a ser executado pelo braço secular. Prisciliano, que nascera em Espanha em 345, era um homem culto e vaidoso que aderiu e impulsionou uma seita com raízes no Oriente, misto de rigorismo novaciano, gnosticismo e maniqueísmo, constituída por gente fanática, de exagerado asceticismo, que chegava a rejeitar o matrimónio como imperfeição. Idácio, bispo de Mérida, então capital da Lusitânia, procurou trazê-lo ao bom caminho mas, como tudo foi inútil, o seu caso foi examinado num concílio em Saragoça, em 380, e condenada a doutrina priscilianista. Como reação, dois bispos fanáticos conferem, contra todos os cânones e leis eclesiásticas em vigor, a sagração episcopal de Prisciliano e o presbiterado a uma série de adeptos da seita por toda a Galiza e reino de Leão, de que resultou uma grande confusão entre os fiéis.
Idácio recorre ao imperador Graciano que, zeloso da unidade da fé, decreta o desterro de Prisciliano e demais bispos ilegalmente sagrados.
Os réus viriam a ser presos por ordem de Clemente Máximo, então senhor da Gália, que os manda executar por crime de malefício e imoralidade.
Com a queda de Máximo, os adeptos de Prisciliano conseguem trazer os restos mortais dos executados para a Península, onde os seguidores da seita os veneravam como mártires, até ao triunfo da ortodoxia saída do sínodo de Braga, em 563.
Entretanto, sem interferir na agitação ibérica e alheio à execução de Prisciliano, São Sirício reúne um concílio em Roma, em 386, em que estabelece a proibição de qualquer ordenação episcopal sem autorização da santa Sé e interdita que qualquer diocese possa integrar um clérigo suspenso por outra.
Contudo, o seu pontificado, não continuaria tranquilo. Assassinado o imperador Valentiniano, em 392, o seu sucessor Eugénio entra triunfalmente em Roma e restabelece o culto pagão. Chegou-se a temer o pior, valendo o imperador do Oriente, Teodósio Magno que, não temendo a ameaça do usurpador, o desbarata, dirigindo um veemente discurso ao senado romano, exortando-o a abandonar definitivamente o paganismo.
O papa, com toda a cristandade de Roma, respirou de alivio. Não contente com isso, Teodósio, sinceramente crente, procura exterminar os focos  do arianismo e determina que qualquer herege desestabilizador da segurança e unidade do império seria considerado fora da lei.
Com tal apoio, São Sirício pôde dedicar-se à reconstrução da basílica de São Pedro,  onde ainda hoje se conserva a sua memória numa inscrição que o define: Tota mente devotus.
Está sepultado na Igreja de Santa Praxedes, em Roma.
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SANTO ANASTÁSIO I
Anastcio I
(De 399 a 401)
Quando Santo Anastásio assume o pontificado em 27 de Novembro de 399, eleito por aclamação, no dia seguinte ao da morte de São Sirício, encontra o Império Romano em decadência. Pela morte do imperador Teodósio Magno, o Império divide-se pelos seus dois filhos, Arcádio e Honório, de 18 e 12 anos de idade.
O seu pontificado foi perturbado pelos adeptos do origenismo, combatido por São Jerónimo.
Orígenes (185-253), o maior representante da escola alexandrina, autor de extensa obra literária, filosófica e teológica, no intento de congraçar o platonismo com a ortodoxia cristã e procurando dar carácter científico às verdades da fé, havia-se deixado levar por certas interpretações erróneas ou muito discutíveis, que arrastariam os seus discípulos para posições insustentáveis.
Santo Anastásio, apoiando a luta de São Jerónimo, não hesita em condenar esses desvios heréticos. Intervém, depois, nos distúrbios provocados pelos hereges donatistas, enviando cartas à igreja de Cartago a aconselhar benevolência com os sacerdotes e bispos arrependidos. Encorajou também os bispos africanos na luta contra os maniqueus.
Morreu pouco depois, com a ameaça da invasão dos bárbaros no Norte de Itália, deixando o exemplo duma vida santa, «rico de pobreza e apostólica solicitude», como define o Liber Pontificalis.
Foi enterrado no Cemitério de Ursum Pileatum, na Via Portuense, em Roma, mas os seus restos mortais estão hoje na Igreja de São Martinho do Monte, em Roma.
Continua:…
Post colocado em 24-12-12 – 11H00
ANTÓNIO FONSECA

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