domingo, 30 de dezembro de 2012

Vidas dos Papas da Igreja Católica (21) - 30 de Dezembro de 2012


Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12 que venho a transcrição das Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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SÃO SÍMACO
Smaco
Santo Símaco
(De 498 a 514)
Foi eleito em 22 de Novembro de 498, no mesmo dia em que foi eleito o antipapa Lourenço.
Após a morte de Anastásio II, as duas facções do pontificado, uma maioritária, contrária às atitudes conciliadoras com a Igreja do Oriente, e outra, um pequeno grupo, favorável à benevolência com  os cismáticos, procuram adiantar-se na eleição do sucessor do papa.
A maioria, reunida na Basílica de Latrão, elege São Símaco e a segunda, no mesmo dia, em Santa Maria Maior, escolhe o arcipreste Lourenço.
O povo agita-se e a solução é pedida ao imperador Teodorico, que estava em Ravena.
Teodorico, rei dos Ostrogodos, apesar de ariano, tem uma atitude sensata e isenta e diz que deve aceitar-se o que teve maior número de votos, ou seja, São Símaco.
Com os ânimos serenados, São Símaco toma conta do pontificado e, com o espírito cordato, nomeia Lourenço, bispo de Nocera. Contudo, como visse a Igreja em perigo convoca, no ano seguinte, um sínodo para Roma, do qual sai um decreto que reconhece ao papa o direito de poder designar o seu sucessor. No entanto, em situações de dúvida, seria designado o que tivesse obtido maior número de votos.
O ano de 500, com a visita de Teodorico a Roma, foi um ano calmo.
Em 501, os adversários de São Símaco caluniaram-no com acusações sobre a sua administração e conduta moral. Teodorico convoca-o para uma reunião e o papa recusa, o que leva o rei a convocar um concílio em Roma para o julgar. Além disso, declara a Sede Apostólica em situação de sede vacante. Depois coloca em Roma, Pedro, bispo de Altino, com autoridade de regente, e este, aproveitando-se da situação, convoca o bispo de Nocera, Lourenço, o antipapa que pretendia o trono de São Símaco, e aquele aceita, comparecendo à primeira sessão do concílio. À segunda sessão, depois de ter sido vítima de uma emboscada, já não está presente e vários bispos ausentam-se por considerarem que houve arbitrariedade e má vontade por parte de Teodorico. Na última sessão declaram não haver base para o julgamento do papa, declarando-o pastor legítimo da Igreja e que deveriam considerar-se cismáticos os que lhe recusassem obediência.
Teodorico, irritado com  a atitude dos bispos, impõe o diácono Lourenço como senhor de todas as igrejas da cidade, à exceção da Basílica de São Pedro, onde São Símaco vivia refugiado, mas protegido pelo apoio da maioria do povo.
Era uma situação inadmissível e São Símaco convoca um concílio que, a 6 de Novembro de 502, no Vaticano, tem a presença de todos os bispos de Itália e de 37 sacerdotes romanos. Ali, defende-se de todos os crimes e condena Pedro, bispo de Altino e Lourenço, o pretenso antipapa, como usurpadores de jurisdições que lhes não pertenciam. Tudo parecia estar bem, mas Festo, chefe do Senado e inimigo de São Símaco, não cede chegando a sublevar minorias da população que provocam distúrbios e mortes, com clérigos massacrados e virgens consagradas expulsas dos seus mosteiros, passeadas nuas pelas ruas e depois queimadas.
Teodorico, perante esta situação caótica,  volta a tomar uma atitude prudente e reconhece os direitos de São Símaco. O próprio clero partidário de Lourenço regressa à obediência ao papa. Lourenço mostra-se arrependido e viria a terminar  a vida depois de rigorosa penitência.
Infelizmente pouco durou esta paz, pios o imperador do Oriente, Anastásio, renova a luta contra a Igreja do Ocidente, acusando o papa de maniqueu e inimigo da Sede de Constantinopla.
São Símaco defende-se com serenidade e firmeza, apelando para o testemunho dos seus atos, que todos os romanos podiam confirmar.
Entretanto, refugiados gregos davam conta dos vexames e violências praticados por cismáticos do Oriente contra os fiéis a Roma e vários bispos pedem a intervenção do papa.
São Símaco responde-lhes dizendo que não se pode confundir a verdade com a mentira e que amar e pertencer à Igreja implicava a separação da autoridade civil. quando esta se encontrasse em comunhão com  os hereges.
Apesar de ter tido um pontificado tão conturbado, São Símaco exerceu grande influência na romanização do reino ostrogodo da Gália e Espanha, sobretudo através de Cesário, bispo de Arles, que tinha poderes especiais como seu representante.
Dedicou-se à construção de albergues para pobres e peregrinos juntos às principais basílicas de Roma, construiu duas igrejas em honra dos mártires São Pancrácio e Santa Águeda, um oratório em honra dos santos Cosme e Damião e duas basílicas, uma dedicada a Santo André e outra a São Martinho.
No tocante à liturgia estabeleceu que o cântico Glória in excelsis, então exclusivo da missa da meia noite no Natal, pudesse ser cantado ou recitado em todos os domingos e nas festas dos mártires, mas apenas pelos bispos. Aos simples sacerdotes apenas era permitido dizê-lo na Páscoa.
Os escritores coevos salientam a sua bondade, prudência e, sobretudo a humanidade e serenidade com que aguentou as calúnias dos inimigos.
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LOURENÇO  (antipapa)
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Lourenço
(De 498 e 501-505)
Por morte de Anastásio II, a facção maioritária do pontificado, contrária às atitudes da Igreja do Oriente, reunida na Basílica de Latrão, elege Símaco, natural da Sardenha, como papa. A outra facção favorável à benevolência com os cismáticos, reunida na Basílica de Santa Maria Maior, elege, no mesmo dia 22 de Novembro de 498, o arcipreste Lourenço como antipapa.
O povo não aceita esta eleição e o rei godo, Teodorico, que estava em Ravena, declara que devia aceitar-se como legítimo aquele que tivesse obtido mais votos na eleição. Deste modo, Símaco, que fora escolhido pela maioria do clero e do senado, assume o pontificado.
Lourenço submete-se ao papa e este, benévolo, nomeia-o bispo de Nocera.
Mais tarde, Teodorico entra em luta com  São Símaco e coloca em Roma, Pedro, bispo de Altino, com autoridade de regente. Pedro aceita e chama Lourenço, antigo pretendente ao pontificado.
Teodorico, na sua luta, pretende julgar o papa, mas não consegue e impõe Lourenço como senhor de todas as igrejas, com  exceção da Basílica de São Pedro, onde São Símaco vivia refugiado, protegido e auxiliado pela população.
Perante tal situação, que não podia manter-se, São Símaco convoca em 6 de Novembro de 502 um concílio para o Vaticano e nele são condenados Pedro, bispo de Altino, e Lourenço como usurpadores.
Teodorico muda de ideias e volta a reconhecer os direitos de São Símaco, ao mesmo tempo que Lourenço (506) desiste de ser papa, submetendo-se e terminando a vida numa rigorosa penitência voluntária numa propriedade rural, em solidão. Aí morreu no desterro em 520.
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Continua:…
Post colocado em 30-12-12 – 11H00
ANTÓNIO FONSECA

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