segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Vida dos Papas da Igreja Católica (22) - 31 de Dezembro de 2012


Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12 que venho a transcrição das Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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SANTO HORMISDAS
Santo Hormisdas
Santo Hormisdas
(De 514 a 523)
O seu pontificado, com início em 20 de Julho de 514, do cisma que desde há 35 anos mantinha a Igreja do Oriente separada de Roma.
Pressionado pelo conde Vitaliano, de fé católica, que derrotara as tropas imperiais, o imperador Atanásio manda emissários ao papa para a realização de um concílio destinado ao restabelecimento da unidade. Tudo era falso, pois Anastásio pretendia apenas iludir Vitaliano e levá-lo a assinar um tratado de paz, mas o imperador morre repentinamente em 518, vitimado por um raio no seu próprio palácio, sucedendo-lhe Justino, que compreende a necessidade da paz e da unidade religiosa.
Publica um édito a ordenar o reconhecimento do Concílio de Calcedónia e pede aos bispos que redijam uma profissão de fé nesse sentido. Ao mesmo tempo, levanta o exílio dos bispos fiéis a Roma, reintegrando-os na posse dos seus bens e convida o papa a deslocar-se ou a enviar delegados ao Oriente.
Hormisdas aceita e a 28 de Março de 519 o patriarca de Constantinopla, João, assina a profissão de fé por ele enviada.
Terminava um cisma de 35 anos. A fórmula de fé de Hormisdas, para repor a ortodoxia do Concílio de Calcedónia, é enviada a Antioquia e Alexandria onde é acolhida e subscrita por quase todos os bispos.
Já sem o peso deste problema Santo Hormisdas nomeia como seus vigários o bispo de Vienne, Santo Aveito para a Gália e os bispos João, de Tarragona, e Salústio, de Sevilha, para Espanha (Bética e Lusitânia). Pouco depois em 518, escreve aos bispos de Espanha recomendando que não ordenem clérigos sem a necessária erudição e a imprescindível virtude.
O Liber Pontificalis atribui-lhe a restauração e consolidação do episcopado africano, maltratado pelos Vândalos e arianos, bem como uma enérgica intervenção em Roma contra um ativo grupo de maniqueus, cujos livros mandou queimar numa grande fogueira frente à Basílica de São João de Latrão.
Deixou cerca de 90 cartas, a maior parte tendo por assunto o cisma de Acácio.
Pouco antes de morrer, recebeu uma coroa de ouro para o túmulo de São Pedro, enviada por Clóvis, rei dos Francos.
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SÃO JOÃO I
So Joo I
São João I
(De 523 a 526)
Foi eleito em 10 de Agosto de 523.
O imperador Justino, que tornara possível a unificação da fé, com a Igreja do Oriente a abandonar o cisma e a regressar a obediência a Roma, publica um édito contra os hereges arianos que, perseguidos, enviam legados a Itália, a pedir auxilio ao rei Teodorico. este, também de crença ariana, sente-se atingido e toma atitudes hostis contra os católicos, uma delas a prisão do filósofo Boécio, expoente da cultura filosófica e humanista cristã. Não contente, intima o papa a ir a Constantinopla para obrigar o imperador a cessar a perseguição aos arianos e para que lhes restituísse os bens confiscado.
Recebido triunfalmente em Constantinopla, João I, como prova de gratidão, coroa solenemente Justino como imperador.
Aborrecido com esse gesto, Teodorico manda-o meter na prisão em Ravena, onde veio a falecer pouco tempo depois.
Trasladado para Roma, foi sepultado na Basílica de São Pedro, onde o seguinte epitáfio assinala a sua memória: «Sumo sacerdote do Senhor! Sucumbiste como vítima imolada a Cristo».
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SÃO FÉLIX IV
So Flix IV ou III
São Félix IV
(De 526 a 530)
O rei godo Teodorico, estava preocupado com  a prisão e morte do papa João I e, para calar o povo e o clero, recomendou para a sucessão, Félix, um sacerdote romano de reconhecido espírito conciliador, que foi eleito em 12 de Outubro de 526.
O clero e o povo optaram, a bem da paz, por eleger o candidato do rei. Entretanto, Teodorico morre repentinamente, o que deu lugar à criação de lendas falando em castigos de Deus.
Aproveitando a compreensão de Amalasunta, mãe do falecido rei e então regente, Félix IV obtém a concessão de o antigo privilégio de qualquer demanda judicial contra um membro do clero ficar diretamente sujeita ao poder eclesiástico, assim como a cedência de dois templos pagãos, junto ao Fórum, que transforma na basílica destinada aos santos irmãos médicos, Cosme e Damião, uma homenagem diplomática à Igreja do Oriente em reforço das boas relações.
Como ação pastoral houve intervenção de São Félix relacionada com doutrinas semipelagianas que ameaçavam dividir a unidade da fé católica na Gália. Os bispos recorreram ao papa e este envia-lhes, por intermédio de Cesareu, bispo de Arles, uma explanação doutrinal sobre a graça, os Capitula, com textos quase todos extraídos das obras de Santo Agostinho e que constituía uma norma de fé assinada por todos os bispos no Concilio de Orange, em 529.
Antes de morrer e vendo Roma dividida em dois partidos, um favorável ao rei godo e outro ao imperador de Bizâncio, concede o pálio episcopal ao arcediago Bonifácio, seu auxiliar de confiança, propondo_o como seu sucessor, o que, diga-se, não conseguiu, com a eleição de Dióscoro.
O seu pontificado fica assinalado pela difusão em Itália do monacato de São Bento (490-543), o qual em 529 inicia a construção de Monte Cassino, casa-mãe de uma ordem que deu à Igreja numerosos papas.
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DIÓSCORO  -  (antipapa)

Dióscoro
(Em 530)
O papa Félix IV, antes de morrer, pretendendo evitar as discussões entre os partidários de Bizâncio e dos Godos, designou o arcediago Bonifácio como seu sucessor, com  o nome de Bonifácio II. Contudo, como tal procedimento só seria válido com a concordância do clero e do povo, uma facção de filobizantinos resolveu eleger o diácono de Alexandria, Dióscoro, o qual foi consagrado para em 22 de Setembro de 530, por ter obtido maior número de votos que Bonifácio II.
Com esta eleição surgiram graves problemas, que só terminaram com a morte súbita de Dióscoro, 23 dias depois da sua eleição.
Bonifácio II foi então aceite pelo Senado, pelo clero e pelo povo, não deixando de condenar a memória de Dióscoro, pelo que muitos analistas o consideraram como antipapa, porque a sua eleição teria sido canonicamente irregular. No entanto, bem analisados os factos , não se pode duvidar da sua legitimidade, tanto mais que Agapito I reabilitou a sua memória, conseguindo que um concílio romano levantasse a excomunhão de Bonifácio II.
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Continua:…
Post colocado em 31-12-12 – 11H00
ANTÓNIO FONSECA
Esta é a última edição desta página, no ano de 2012.
Amanhã, se Deus quiser, iniciar-se-á o ano de 2013.


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