quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Vidas de Papas da Igreja Católica (17) - 26 de Dezembro de 2012


Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12 que venho a transcrição das Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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SÃO BONIFÁCIO I
Bonifcio I
Santo Bonifácio I
(De 418 a 422)
Foi eleito em 28 de Dezembro de 418.
Ainda antes do funeral de São Zózimo, o arcediago Eulalio dirige-se com alguns apaniguados para Latrão e faz-se aclamar papa.
No dia seguinte, a grande maioria dos presbíteros, refeita da surpresa, elege Bonifácio como papa, um presbítero douto e exemplar que tinha desempenhado com grande acerto difíceis missões diplomáticas no pontificado de Santo Inocêncio.
O imperador Honório, que estava em Ravena, foi mal informado, sanciona a eleição de Eulálio e decreta que Bonifácio se ausente de Roma. Logo que é posto ao corrente do que se tinha passado, e vendo a mentira de Eulálio, convoca um sínodo para o Espoleto, alargado aos bispos da Gália e do Norte de África, e a eleição de Bonifácio é confirmada em 3 de Abril de 419.
A grande preocupação deste papa foi o pelagianismo, que se tinha concentrado em Marselha, na Gália, e não hesitou em confirmar a condenação da heresia exarada por São Zózimo, o que lhe valeu a simpatia e a adesão de Santo Agostinho.
Durante este pontificado faleceu São Jerónimo, um grande Doutor da Igreja.
Segundo o Liber Pontificalis, São Bonifácio reforçou as disposições do seu antecessor quanto ao acesso ao sacerdócio, decretando que ninguém o pudesse receber antes dos 30 anos.
Está sepultado  no Cemitério de Máximo, junto à sepultura de Santa Felicidade, na Via Salária.

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EULÁLIO – (antipapa)
(De 418 a 419)
Após a morte de São Zózimo (418), o arcediago Eulálio não esperou que as cerimonias fúnebres terminassem, dirigiu-se à pressa para Latrão acompanhado dos seus apaniguados e fez-se aclamar papa em 27 de dezembro de 418.
O clero, depois da surpresa por esta atitude, reagiu e, no dia seguinte, elegeu São Bonifácio como papa.
O imperador Honório, que se encontrava em Ravena, foi mal informado, sanciona a eleição de Eulálio e manda que Bonifácio se ausente de Roma. Pouco depois, conhecendo a verdade, convoca um sínodo em Espoleto, alargado aos bispos da Gália e do Norte de África, onde a eleição de São Bonifácio foi confirmada, mas esta intromissão do poder civil na vida eclesiástica abriu um  precedente pouco edificante.
Eulálio não se convenceu e pela força das armas tenta entrar em Latrão. Finalmente, em 3 de Abril de 419, quando o imperador reconheceu Bonifácio, foi expulso de Roma.
São Bonifácio condenou a heresia exarada pelo seu antecessor, o que lhe valeu a adesão e a simpatia de Santo Agostinho, acabando com a ilegalidade do antipapa Eulálio, que a ele se viria a submeter.
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SÃO CELESTINO I
Celestino I
Santo Celestino I
(De 422 a 432)
Foi escolhido por unanimidade, sem oposição, e eleito papa em 10 de Setembro de 422, seis dias depois da morte de São Bonifácio.
O seu pontificado foi afectado por uma nova heresia, o nestorianismo, que atingia uma verdade fundamental no cristianismo: como podia Jesus Cristo ser simultaneamente Deus e Homem?
Cristo continuava a ser o problema, como já fora para outros hereges que lhe negavam a humanidade, reduzindo-o a simples aparência.
Elevado à dignidade patriarcal de Constantinopla em 428, Nestório afirmava  que Maria não podia chamar-se Mãe de Deus, mas simplesmente Mãe de Cristo, uma vez que, contra o que a Igreja sempre admitira, em Cristo não havia apenas uma Pessoa (a divina), mas duas: uma divina e outra humana. Maria gerara e dera à luz a Pessoa humana e, por isso, só essa podia chamar-se Mãe.
Saiu a contradizê-lo o bispo de Alexandria, São Cirilo, iniciando uma polémica cada vez mais contundente.
Celestino reúne um sínodo em Agosto de 430 e comunica ao bispo que condenava a doutrina de Nestório, encarregando-o, como seu legado, de comunicar ao patriarca de Constantinopla a sua destituição, caso não se retractasse por escrito. Ao mesmo tempo escreve a Nestório exortando-o à ortodoxia e avisando-o de que deveria obedecer às determinações do patriarca de Alexandria, sob pena de ser deposto.
Nestório discorda, não obedece e recorre ao imperador, pedindo que o assunto fosse julgado em concílio. O imperador concorda e São Celestino aceita e nomeia três delegados seus para a sua realização em Éfeso. Aberto o concílio no domingo de Pentecostes de 431, com a presença de quatro bispos, Nestório nega-se a comparecer, alegando a ausência de vários bispos orientais. São Cirilo, que adiara a abertura por 15 dias, dá início à discussão das doutrinas de Nestório, que foram condenadas por unanimidade.
Numa segunda sessão, com  a presença dos representantes antioquenos e dos legados do papa, confirma-se, de novo, a rejeição da doutrina nestoriana como herética. Os bispos antioquenos não aceitam tal decisão e protestam junto do imperador, que manda prender São Cirilo, mas depois muda de opinião e permite que o concílio se conclua em Setembro do mesmo ano.
Neste concílio foi também atribuído a Maria o titulo de «Mãe de Deus».
São Celestino suprimiu o semi-pelagianismo nas Gálias e enviou para a Irlanda e Escócia os apóstolos São Patrício e São Paládio, em campanha missionária.
Atribuiu-se-lhe a introdução do cântico dos salmos na liturgia, como preparação da celebração eucarística, bem como o «Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós», acrescentando à recitação da ave-maria.
Quando faleceu, deixou uma igreja não pacificada de todo, pois Nestório continuava a difundir as suas heresias. Foi sepultado no Cemitério de Santa Priscila e no túmulo os seus contemporâneos escreveram: «A sua alma santíssima goza já da visão de Deus».
Continua:…
Post colocado em 26-12-12 – 11H00
ANTÓNIO FONSECA

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