quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Vida dos Papas da Igreja Católica (5) - 14 de Dezembro de 2012

 

Caros Amigos:

Conforme escrevi em 11-12 continuo a transcrição das Vidas do Papas (e Antipapas)

segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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SANTO SOTERO

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Santo Sotero

(De 166 a 175)

Pouco se sabe deste bispo de Roma, embora elogiado por Dionísio, bispo de Corinto, que dele diz: «Sotero, a exemplo dos seus predecessores, dava salutares conselhos exortando à firmeza na fé e à união com os bispos e padres».

Na sua atuação como pastor teve algumas determinações de ordem disciplinar.

Opôs-se, com muito acerto, à heresia de Montano e estabeleceu como dever para todos os fiéis a participação na eucaristia da Quinta-feira Santa; proibiu que as virgens consagradas encarregadas da preparação das funções do culto tocassem nos vasos sagrados; preceituou o jejum, completo antes da celebração da missa e determinou como obrigatória a bênção sacerdotal para a validade do matrimónio. Para alguns historiadores esta norma  já viria do tempo do pontificado de Santo Evaristo (97-105).

Embora não haja certezas, julga-se que morreu mártir a 2 de Abril de 175, dando a sua vida em defesa da fé, dado que o sue nome está incluído no Martirológio Romano.

Foi sepultado no Vaticano, mas as suas relíquias foram trasladadas no século IX para o Cemitério de São Calisto e depois para a igreja romana dos Santos Silvestre e Martinho.

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SÃO ELEUTÉRIO 

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Santo Eleutério

(De 175 a 189)

O seu pontificado viveu tempos difíceis com as perseguições do imperador Marco Aurélio. Dois anos depois de ser eleito papa, uma feroz perseguição na Gália fez muitas vítimas em Lyon e Vienne.

A subida ao trono do imperador Cómodo (180-182) aliviou a situação, muito embora as ferozes determinações de Marco Aurélio continuassem em vigor, de tal modo que, em Roma, o senador Apolónio, membro da alta nobreza romana, foi martirizado por ser cristão.

No seu pontificado espalham-se entre a cristandade de Roma os exageros montanistas, com exaltações proféticas relacionadas com o fim do mundo e rigorismos exagerados quanto à prática da penitência e da vida matrimonial.

Santo Ireneu foi a Roma em 178, a pedido da comunidade de Lyon, para pedir orientação ao bispo de Roma.

Data deste pontificado o primeiro documento referindo a Igreja nas Espanhas – o tratado Adversus Haereses (“Contra as heresias”), escrito por Santo Ireneu em 180, onde, argumentando contra os gnósticos e para exaltar o crescimento da Igreja romana, fala das Igrejas da Ibéria.

Em 183, o rei Lúcio, da Bretanha, pediu-lhe que enviasse alguns dos seus ministros para que ele e todos os seus se tornassem cristãos. Santo Eleutério encarregou Fugácio e Damião da tarefa e tão bem a desempenharam que o próprio rei alcançou a santidade.

Santo Eleutério decretou que nenhum sacerdote fosse deposto sem que tivesse admitido ter participado em delito grave e que nenhum fosse condenado antes de ser ouvido. Ordenou 12 padres, oito diáconos e 15 bispos.

Após o martírio, em Roma, em 189, foi sepultado no Vaticano.

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SANTO VÍTOR I

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São Vítor I

(De 189 a 199)

O facto mais saliente deste pontificado foi a fixação obrigatória da Páscoa, pondo fim às divergências com as comunidades asiáticas, o que já vinha do pontificado de Santo Aniceto, quando São Policarpo defendeu a data da Páscoa contra a celebração ocidental. São Vítor entendeu  que devia manter a tradição vinda de Pedro e Paulo, celebrando a Páscoa no domingo seguinte ao 14º dia da lua de Março, ou seja, a seguir à data judaica do 14 de Nissan.

Reunidos os bispos de Itália, no primeiro sínodo que se conhece no Ocidente, realizado com a permissão do imperador Cómodo, o papa comunicou aos bispos orientais a sua decisão, sob pena de os considerar excluídos da Igreja se persistissem na data judaica. A aceitação deste decisão de Roma foi quase unânime, com  a exceção do bispo Polícrates, que no Sínodo de Éfeso, se viu desautorizado por excomunhão, valendo a intervenção de Santo Ireneu, junto de São Vítor, para que essa excomunhão não se verificasse, o que aconteceu.

São Vítor, defendendo a fé, condenou e excomungou Teódoto, que, vindo de Bizâncio, agitava a comunidade de Roma.

Segundo São Jerónimo, São Vítor foi o primeiro dos escritores cristãos a utilizar o latim.

Incide no período do pontificado de Vítor I uma tese de Tertuliano (era professor de Direito, convertido ao cristianismo e ordenado presbítero em 195), que foi o primeiro a fundamentar a posição de precedência de Pedro na promessa do primado feita por Cristo (Mt 16, 18). O poder de Pedro ter-se-ia transmitido a toda a Igreja que estivesse ligada a ele pela tradição e sucessão. Ainda que Pedro pertença à Igreja na totalidade, a Igreja de Roma teria com ele uma relação especial. Por isso se passou a invocar a proclamação de Jesus como fundamento do primado do bispo de Roma.

Segundo o Liber Pontificalis, determinou a criação de clérigos supranumerários (sequentes), terá promovido 12 bispos em diversos lugares e estabeleceu que, em caso de urgência, se pudesse usar qualquer água para administrar o baptismo.

Morreu em Roma, a 28 de Julho de 199, sendo sepultado no Vaticano.

Continua:…

Post colocado em 13-12-12 – 11H00

ANTÓNIO FONSECA

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