quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Vidas de Papas da Igreja Católica - (18) - 27 de Dezembro de 2012


Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12 que venho a transcrição das Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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SÃO SISTO III
Joio II
Santo Sisto III
(De 432 a 440)
Foi eleito em 31 de Julho de 432.
Sacerdote romano que se teria, segundo Santo Agostinho, convertido do pelagianismo, tendo conseguido, com tacto e compreensão, o regresso à ortodoxia de diversos bispos antioquenos, seguidores de Nestório.
Para exaltar a fé proclamada no Concilio de Éfeso (431) sobre a maternidade divina de Maria, dedica uma basílica em sua honra, restaurando a antiga basílica liberiana, que passa a chamar-se Santa Maria Maior.
São Sisto foi vítima das maiores calúnias. Basso, pessoa de qualidade, mas sem religião, acusou o pontífice dum grande delito.  acusação provocou um escândalo tão contundente que o imperador Valentiniano convocou um concílio com a denúncia. Reunido o concílio, formado por 56 bispos, tornou-se patente a inocência de São Sisto e o acusador foi excomungado , tendo morrido uns meses depois com mostra de grande arrependimento. O papa com espírito caritativo, assistiu-lhe na última enfermidade, absolveu-o da excomunhão e administrou-lhe o sagrado viático.
Reconquistou a Ilíria e contribuiu para a reconstrução de Roma, muito mal tratada depois da pilhagem de Alarico.
Também mostrou eficiência  ao preparar o pontificado de São Leão Magno, seu sucessor. Está sepultado em São Lourenço Extramuros.

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SÃO LEÃO I MAGNO
Leo I Magno
São Leão I Magno
(De 440 A 461)
Eleito papa em 29 de Setembro de 440, foi um papa invulgar, a quem a História deu o nome de Magno, o Grande.
Foi o primeiro a defender o principio da independência e supremacia da autoridade religiosa frente à civil, impondo-se como protótipo, para o futuro, do pontífice romano ideal.
Foram vinte anos agitados e difíceis de um pontificado em que soube, com a sua forte personalidade, vigor apostólico e solidez da sua doutrina, restabelecer a paz e a unidade religiosa, alicerçando, ao mesmo tempo, o primado em bases mais sólidas e indiscutíveis, perante as restantes sedes episcopais ou patriarcais da Igreja.
Estava na Gália, em missão de defesa da ortodoxia, quando lhe comunicaram ter sido escolhido para suceder a São Sisto III. Tinha então 40 anos e aceitou sem medo dos tempos conturbados e difíceis que iria encontrar.
Primeiro os maniqueus, com um perigoso foco infiltrado em Roma, e a seguir os priscilianistas, que perturbavam a paz na Península Hispânica, foram as dificuldades iniciais. Alertado por São Toríbio de Astorga, São Leão Magno, aconselha-o por carta de 21 de Julho de 447,a reunir em concílio todos os bispos hispânicos, por se tratar de uma doutrina mais perigosa que o do maniqueísmo, que se revestia de aparências ortodoxas. Pouco depois os bispos reuniram em Toledo e redigiram uma «regra de fé», esclarecedora da ortodoxia.
O maior combate travou-o contra o monofisismo do arquimandrita de Constantinopla, Eutiques, o qual pregava a existência de uma só natureza, a divina, em Cristo, ou, mais exatamente, uma tal absorção da natureza humana pela divina que, no extremo oposto ao nestorianismo, apenas esta subsistia.
Num sínodo celebrado em Constantinopla no ano de 448, Eutiques mete os pés pelas mãos e o patriarca Flaviano não hesita em condenar a heresia. Eutiques, porém, recusa submeter-se e com o apoio do imperador apela para o papa contando-lhe, a seu modo, o que se passa. O papa, no entanto, depois de uma demora prudente, redige a célebre Epistola Dogmática, em que expõe, com toda a precisão, a doutrina católica quanto às duas naturezas de Cristo e a sua união numa só pessoa.
Eutiques não se conforma e, com o apoio do imperador de Constantinopla, reúne um sínodo em Éfeso, onde, com os seus apaniguados, rejeita todo o conteúdo da Epistola Dogmática e, não contentes com isso, procedem à deposição de Flaviano e de todos os defensores da ortodoxia pontifícia, com cenas de violência físicas e o apoio de soldados imperiais.
São Leão Magno qualificou o sínodo como um latrocínio «Ephesinum, non judicium sed latrocinium».
Bem tentou o papa demover o imperador, mas o principal agitador, Dióscoro, Bispo de Alexandria, ousou até decretar uma excomunhão contra o próprio papa.
Entretanto, a providência deu uma ajuda. Em 450, morre o imperador vítima de uma queda de cavalo e sua irmã, a imperatriz Pulquéria, então no trono, manda regressar do exílio todos os bispos fieis a Roma, faz conduzir a Constantinopla, com grande pompa, os restos mortais de Flaviano, falecido no exílio, e escreve a São Leão Magno, a cuja obediência se submete, propondo-lhe a realização de um concílio ecuménico, para acabar de vez com todas as dissensões.
O papa aceita a proposta e o concílio, reunido em Calcedónia, em Outubro de 451, teve a presença de cerca de 600 bispos, todos orientais, á exceção de dois e dos legados pontifícios, dele saindo o triunfo da ortodoxia romana. O patriarca de Alexandria, Dióscoro, que estava acompanhado de 17 bispos egípcios, ainda tentou um  golpe de força propondo a condenação do papa, mas falhou e o concílio pediu a sua deposição.
Acalmados os ânimos, numa segunda sessão foram examinadas as cartas de São Cirilo e a Epistola Dogmática de São Leão Magno. Ao terminar a leitura da epístola, todos os padres conciliares proferiram esta exclamação que ficaria célebre: «Esta é a fé dos Apóstolos. Pedro falou pela boca de Leão».
Contudo, os monofisistas não desistiram, tendo conseguido colocar adeptos nas sedes eclesiásticas de Alexandria, Antioquia e Jerusalém, à custa de distúrbios e lutas sangrentas, e, mesmo condenados no concílio, apoderaram-se, por algum tempo, de quase toda a região oriental.
Para além das lutas contra o monofisismo, São Leão Magno salvou a civilização ocidental do perigo da invasão dos Hunos. De facto, comandados por Átila, os bárbaros invadem a Itália, a caminho de Roma, em 452. O imperador Valentiniano, assusta-se e envia-lhes uma delegação conciliadora, presidida pelo próprio papa. Átila fica impressionado com  a majestade do pontífice e retira-se aterrorizado sem pilhar Roma.
O povo depressa esquece os perigos passados e entra em desaforos. O próprio imperador  escandaliza com a sua devassidão e acaba por ser assassinado por Petrónio Máximo, por lhe ter seduzido a mulher, o qual ocupa o trono.
A imperatriz viúva, Eudóxia, vê-se obrigada a casar com Petrónio e, por vingança, pede auxilio a Genserico, rei dos Vândalos, prometendo abrir-lhe as portas de Roma. Genserico aceita e em Maio de 455 desembarca perto de Roma. A população aterrorizada assassina o imperador.
Mais uma vez é o papa quem procura deter o perigo, mas Genserico não cede, concordando apenas em não incendiar a cidade e em livrar das pilhagens as basílicas de São Pedro, São Paulo e Latrão.
É novamente a grandeza de São Leão Magno a conjurar o perigo, pelo menos em grande parte, e Genserico, saciado com o saque, deixa a cidade e retira-se para África com  os navios carregados com grandes riquezas, levando também a imperatriz Eudóxia, causadora de tudo isto.
São Leão Magno reage a todos os males que caíram sobre a cidade e à desolação do povo. Ajuda-os, anima-os e a cidade começa a refazer-se. Esta sua ação em prol de Roma. valeu-lhe ficar para sempre conhecido como «Defensor Urbis».
Na Península Hispânica, os visigodos que tinham passado os Pirenéus em 414, eivados de arianismo, cometem violências contra os cristãos fieis a Roma, saqueando e destruindo parcialmente Astorga e Braga, em 456. Quase todas as igrejas da Península sofreram semelhantes horrores.
Para além de todas as lutas e dificuldades, São Leão Magno deixou-nos 90 magníficos sermões e homilias e o mais antigo missal romano, o Sacramentário Leonino. As suas obras oratórias valeram-lhe o título de Doutor da Igreja, que lhe foi conferido em 1754.
Foi o primeiro papa a ser sepultado no átrio da Basílica de São Pedro. Mais tarde, em 668, os seus restos mortais foram trasladados para o interior da basílica, onde lhe é dedicado um lindíssimo altar decorado com um alto-relevo que representa o seu encontro com Átila.
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Continua:…
Post colocado em 27-12-12 – 11H00
ANTÓNIO FONSECA

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