Nº 1581 - (3)
BOM ANO DE 2013
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Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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PAULO II
Paulo II
(1464-1471)
Antes de ser eleito em 30 de Agosto de 1464, com o nome de Paulo II, teve de assinar perante os cardeais eleitores o compromisso de que convocaria um concílio em cada três anos, elevaria para 24 o número de cardeais, sem que nenhum tivesse mais de 30 anos e só um fosse seu parente e que promoveria nova cruzada.
Depois de eleito, Paulo II recusou-se a confirmar as disposições pré-eleitorais porque isso seria cercear a sua autoridade papal, o que lhe acarretou, desde logo, a animosidade do clero.
Em beneficio das populações manda construir silos e açougues públicos, toma providências para a limpeza de Roma e zela pela administração da justiça.
Incrementou os festejos de Carnaval, ordenando que se celebrassem ao longo da rua principal e por isso o nome atual de “corso”.
Em 1466 extinguiu os departamentos papais que duplicava, serviços, encerrou o Colégio de Libreiros, que escreviam os documentos papais, e tomou medidas contra a Academia Romana, mandando prender aqueles que escrevessem contra essas medidas, como o poeta Platina, que o ameaçou por escrito.
Os despedidos promoveram intrigas contra o papa e um tal Pomponius Laetus escreveu uma biografia caluniosa de Paulo II. Foi acusado de ser inimigo da ciência e das artes, o que não é verdade, pois procurou apenas opor-se ao paganismo que surgia entre os humanistas do tempo.
Sabe-se que colecionava livros de arte antiga e foi ele que chamou dois tipógrafos alemães que fundaram a primeira imprensa em Itália e criou a Libreria Editrice Vaticana.
Construiu o Palácio de São Marcos, garantiu as pensões de alguns cardeais e mostrou-se dadivoso com os pobres, para os quais mantinha uma farmácia com distribuição gratuita dos remédios.
Após a queda de Negroponto, em 1470, ocupou-se do problema turco, mas não conseguiu reunir os monarcas cristãos contra essa ameaça.
Morreu repentinamente, com um ataque de apoplexia, aos 53 anos.
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SISTO IV
Sisto IV
(1471-1484)
O cardeal Della Rovere, foi eleito papa em 9 de Agosto de 1471 e tomou o nome de Sisto IV.
Foi um papa demasiado mundano, portando-se mais como um príncipe temporal que como chefe espiritual.
Mostrou excessivo nepotismo e, até certo ponto, depauperou a Igreja. Repare-se que dos 34 cardeais que nomeou, seis eram seus sobrinhos e nem todos homens religiosos. Um deles destacou-se pelo bem, Giuliano della Rovere, que foi em 1503 o grande papa Júlio II, mas um outro, o cardeal Rafael Riário, assassinou Giuliano de Médicis e apoderou-se de Florença, e quando a cidade se rebelou contra o assassino, Sisto IV impôs-lhe um embargo que durou dois anos.
No entanto, nem tudo foi em desfavor deste papa mundano, pois fez também muito de bom.
Cabe-lhe a restauração de obras públicas, como o Hospital do Espírito Santo, a reconstrução de várias igrejas e basílicas e novos arruamentos da cidade.
Destaca-se o seu interesse pela cultura, abrindo ao público a Biblioteca Vaticana, ampliando-a com novas salas com manuscritos e livros gregos, latinos e hebreus, especialmente de teologia, filosofia e patrística.
Chamou a Roma grandes pintores como Botticelli, Ghirlandalo, Perugino e empreendeu obras de vulto no Vaticano, destacando-se a Capela Sistina, decorada por Miguel Ângelo, que a ele se deve.
Também se mostrou pessoa sempre de costumes irrepreensíveis, tendo escolhido para seu confessor o beato Amadeu Meneses da Silva (1482), um austero franciscano português.
Revelou-se afecto às ordens religiosas, especialmente à franciscana, estabelecendo a festa de São Francisco de Assis e canonizando o grande luminar da ordem , São Boaventura.
Destaca-se também a sua sincera piedade e a devoção para com a Santíssima Virgem, aprovando o seu rosário e congratulando-se pelo facto de «se ter renovado esse modo ou rito devoto de orar» e aprovando-o com a sua autoridade apostólica pela bula Ea quae ex fidellum.
Em 1475 confirmou o decreto de Paulo II quanto à celebração do Ano Santo em cada 25 anos, e tomou providências especiais para o de 1475, que se prolongou até à Páscoa de 1476.
Atendendo ás súplicas dos Reis Católicos, Fernando e Isabel, Sisto IV emitiu uma bula, em 1 de Novembro de 1478, pelo qual autorizava os reis de Castela e de Aragão a nomearem três prelados ou outros eclesiásticos revestidos de dignidades, quer seculares, quer regulares, de bons costumes, de mais de quarenta anos de idade e teólogos ou canonistas de profissão, a cujo cargo ficasse o inquirir em todos os domínios de Fernando e Isabel, acerca de hereges, apóstatas e seus fautores.
À rainha repugnava a interpretação desta bula, mas acabou por ceder e a 17 de Outubro de 1480 foram, nomeados os primeiros inquisidores Frei Miguel de Morillo e Frei João de São Martinho, da Ordem dos Pregadores, fixando-se em Sevilha o primeiro tribunal.
O estabelecimento da inquisição espanhola levou ao êxodo dos judeus para Portugal, onde forma bem recebidos por D. João II (1471).
Sisto IV foi amigo pessoal de D. Afonso V, de Portugal, mas as suas relações com D. João II, foram algo conflituosas.
Uma obra digna de nota foi a desobstrução do aqueduto entre o Quirinal e a Fonte de Trevi.
Amante do decoro das funções litúrgicas, reorganizou o grupo de cantores da Capela Sistina e ditou normas minuciosas para que todas as cerimónias religiosas se celebrassem com dignidade e devoção.
Foi, segundo Gregorovius, o primeiro «papa-rei».
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INOCENCIO VIII
Inocêncio VIII
(1484-1492)
O cardeal Battista Cibo foi eleito em 29 de Agosto de 1484, tomando o nome de Inocêncio VIII. Durante o conclave, o povo, temendo que o sucessor de Sisto IV fosse uma pessoa de sua família, e apoiados pelos Colonna, sublevou-se, chegando a incendiar um palácio de um dos sobrinhos do falecido papa.
A verdade é que o papa eleito também não serviu a Igreja, pois tinha alguns filhos ilegítimos e preocupou-se mais com eles do que com os seus deveres. Além do mais, foi sempre uma espécie de refém da família de Sisto IV, que o dominava. Foi um pontífice sem nada de positivo, até ensombrado por uma bula contra as feitiçarias, que publicou a pedido da Inquisição alemã.
Impediu o primeiro congresso internacional de filosofia e apologética do cristianismo, proposto pelo jovem sábio Pico della Mirandola, pois entendeu que algumas das 900 teses eram suspeitas de heresia e outras de magia.
Inocêncio VIII promoveu a Inquisição espanhola e designo Tomás de Torquemada como grande-inquisidor.
Durante a Inquisição em Espanha, os hebreus convertidos tinham-se refugiado em Portugal e Torquemada pretendia apanhá-los. Inocêncio VIII fez-lhe a vontade e pela bula de 3 de Abril de 1487 ordenava a todos os príncipes cristãos que procedessem contra os judeus fugitivos de Espanha, o que todos os príncipes tinham desprezado.
Continuou a proteger as artes e as letras, como o seu antecessor.
Durante o pontificado, deu-se, em Espanha, a conquista de Granada, em Janeiro de 1492, acabando com o domínio árabe, e em 1488, o navegador português, Bartolomeu Dias, dobrou o cabo da Boa Esperança.
Foi um papa que não esteve à altura das suas responsabilidades e que na hora da morte deu mostras de sincero arrependimento, pedindo aos cardeais que procurassem eleger um papa mais digno do que ele.
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Este Post era para ser colocado em 7-3-2013 – 10H30
ANTÓNIO FONSECA
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