Nº 1586 - (3)
BOM ANO DE 2013
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Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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GREGÓRIO XIII
Gregório XIII
(1572-1585)
Foi eleito em 14 de Maio de 1572, tomando o nome de Gregório XIII.
Na sua juventude teve um filho ilegítimo, Giacomo, a quem deu o governo do Castelo de Santo Ângelo, depois de ser papa.
Empenhado na reforma do clero, serviu-se da Companhia de Jesus, à qual entregou a responsabilidade de alguns «Colégios», como o Colégio Germânico, que agregaria o Colégio Húngaro e o Colégio Inglês, que veio a ficar conhecido como «Seminário dos Mártires». O Colégio Romano, fundado por Santo Inácio de Loiola, teve-o como segundo fundador, dadas as ampliações que nele patrocinou, transformando-o em universidade, que ainda hoje ostenta o seu nome: Universidade Gregoriana.
Criou também colégios para as igrejas orientais (Grego, Arménio e Maronita), bem como outros fora de Roma. A ele se ficou a dever a reforma do calendário universal. Com efeito, o calendário juliano (desde a reforma de Júlio César no ano 46 a. C) então vigente, apresentava uma diferença de dez dias entre o ano civil e o ano solar, devido a não terem sido levados em conta os 11 e 12 segundos que faltavam às 6 horas complementares dos 365 dias do ano civil. Essa diferença em relação ao equinócio da Primavera representava um inconveniente na marcação das festas religiosas móveis, sobretudo a Páscoa.
Em 1577, Gregório XIII nomeia uma comissão para o estudo do problema, constituída pelos mais insignes cientistas da época, sob a responsabilidade do cardeal Sirleto e do jesuíta alemão Cristóvão Calvo. Cinco anos depois o trabalho estava concluído e o papa ordenou que o dia seguinte, 4 de Outubro de 1582, passasse a ser considerado como o dia 15.
Pare evitar, no futuro, o mesmo inconveniente, seriam suprimidos os dias bissextos nos anos centenários que não fossem múltiplos de 400 (ou seja, três dias em cada quatro séculos).
Todos os estados acolheram esta reforma, com exceção dos protestantes e as Igrejas Orientais.
No entanto, o calendário gregoriano acabou por ser aceite em 1700 pelos estados protestantes da Holanda, Alemanha e Suíça, em 1757 pela Inglaterra e Suécia; em 1918 pela Rússia e em 1927 pela Turquia.
No pontificado de Gregório XIII, a missionação continuou a ser grandemente eficaz, sobretudo na Ásia, América e África, com Portugal a distinguir-se numa epopeia missionaria desde o Japão ao Brasil.
Pouco antes de morrer, já Portugal perdera a independência em 1580, Gregório XIII recebeu uma embaixada de quatro príncipes japoneses de sangue real e alguns missionários jesuítas dessa prometedora cristandade, que após a morte de São Francisco Xavier contava já com 200 000 cristãos.
Gregório XIII empenhou-se no embelezamento de Roma, reconstruiu a universidade, ergueu as fontes monumentais da Praça Novara e do Panteão, ultimou as obras do Capitólio e deu início às obras do Palácio do Quirinal.
Gregório XIII foi sepultado no Vaticano, na chamada Capela Gregoriana, concluída no seu pontificado.
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SISTO V
Sisto V
(1585-1590)
O cardeal Peretti foi eleito em 24 de Abril de 1585 e tomou o nome de Sisto V.
Logo na tomada de posse suprimiu o costume de atirar moedas de ouro ao povo e os banquetes, mandando distribuir esmolas aos pobres.
Começou por combater o banditismo em Roma e acelerar o desenvolvimento económico dos Estados Pontifícios, melhorando as condições de vida dos mais desprotegidos.
Incrementou a agricultura e a indústria da seda, construiu novos aquedutos para fornecer água potável à cidade e abriu novos arruamentos.
No campo da assistência social, criou um asilo para pobres e construiu um grande hospital com capacidade para dois mil enfermos.
No aspeto cultural e artístico, mandou erguer à frente da Basílica de São Pedro, o obelisco monolítico de 40 metros trazido do Egipto no tempo do imperador Calígula e construir o Palácio de Latrão; tratou do acabamento do Quirinal, da restauração das célebres colunas de Trajano e de Antonino Pio e do acabamento da cúpula da Basílica de São Pedro, com uma altura interior de 119 metros.
No campo das letras, ampliou a Biblioteca Vaticana, com uma tipografia anexa. Na Universidade de Roma,onde fora professor, mandou terminar o edifício já começado e criou as universidades de Fermo, Gratz e Quito, além de diversos colégios.
A sua reforma da Cúria romana é significativa. Criou 15 repartições especiais, as congregações cardinalícias, encarregadas de tratar com autonomia as tarefas deque lhes eram cometidas.
O Colégio Cardinalício foi reformado, passando a ter 70 cardeais, seis cardeais-bispos, 50 cardeais-presbíteros e 14 cardeais-diáconos, medida que foi válida até 1958.
Preocupou-se com a recolha de todas as constituições pontifícias desde Leão Magno (440-461) e com a refundição de uma edição da Vulgata, conhecida por «Sistina», que continha muitos erros.
Como grande devoto da Santíssima Virgem, pela bula Gloriosae restabeleceu as festas da Apresentação de Maria, aprovou a de Nossa Senhora do Carmo e concedeu ao geral da Companhia de Jesus, amplas facilidades para as congregações marianas.
No campo político não foi tão feliz, pois, tendo apoiado Isabel I, de Inglaterra, para fazer retroceder o protestantismo, viu o seu sonho desfeito com a destruição da Invencível Armada, para a qual tinha contribuído monetariamente.
Esta Invencível Armada, um sonho de grandeza de Filipe II de Espanha (I de Portugal), concentrou-se em Lisboa com uma esquadra de 130 unidades navais e 22 000 soldados e marinheiros que integravam 12 navios e 5 000 soldados portugueses, sob o comando do duque de Medina Sidónia. A frota zarpou em meados de Julho de 1588 rumo aos Países Baixos, para daí lançar o ataque às Ilhas Britânicas, que os esperavam com 250 barcos e 26 000 homens, comandados por Lord Howard de Effingham, com Francis Drake como seu lugar-tenente, e o resultado foi um grande revés para o prestigio da Espanha e, para Portugal, a perda dos seus barcos e homens.
Sisto V faleceu, depois de um pontificado em que engrandeceu a Igreja e os Estados Pontifícios.
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URBANO VII
Urbano VII
(1590)
O cardeal Castagna, um dos preferidos de Filipe II, de Espanha, foi eleito em 15 de Setembro de 1590, tomando o nome de Urbano VII.
Homem piedoso, logo após a eleição mandou que os párocos organizassem lista dos mais necessitados para os socorrer, pois, como dizia «a eles pertencia o tesouro da Igreja».
Pagou as dívidas que os Romanos tinham contraído nos montes de Piedade do Estado eclesiástico e ordenou aos padeiros de Roma que fizessem fogaças de pão maiores e as vendessem mais baratas, indemnizando-os das suas perdas, com dinheiro do seu bolso.
Para moderar o luxo proibiu os seus camareiros de usarem sedas, e para dar trabalho aos pobres mandou concluir as obras públicas já iniciadas.
Nomeou uma comissão de cardeais para a reconstrução do «Datário Apostólico», lutou contra o nepotismo, proibindo os seus familiares de ocuparem cargos na Cúria e de usarem o titulo de «Excelência», que era costume dar aos parentes próximos do papa.
Doze dias depois de ter sido eleito, faleceu, acometido por um ataque de malária, sem chegar a ser coroado.
O seu testamento revela a preocupação esmoler, pois legou todo o património paterno a uma confraria com o fim de ser distribuído como dotes de casamento a raparigas pobres,.
Em sinal de reconhecimento, a Ordem da Anunciata fez transportar os seus restos mortais para a sua igreja, erigindo-lhe um monumento condigno.
Um papa que teve pouco tempo de pontificado mas que deixou uma ideia imorredoira do seu valor e do seu querer o bem dos outros.
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Este Post era para ser colocado em 12-3-2013 – 10H30
ANTÓNIO FONSECA
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