Nº 1587 - (3)
BOM ANO DE 2013
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Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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GREGÓRIO XIV
Gregório XIV
(1590-1591)
O conclave, depois de quase dois meses, elegeu em 5 de Dezembro de 1590, Nicolau Sfondrati, que escolheu o nome de Gregório XIV.
O novo papa era um homem de saúde débil, que levava uma vida de grande penitência e austeridade.
Já papa, apoiou a Liga Francesa e confirmou as decisões de Sisto V contra Henrique de Navarra, a quem, pela Lei Sálica, correspondia o trono por morte de Henrique III. A nobreza exigiu a Henrique de Navarra que se convertesse ao catolicismo, o que ele prometeu, mas não cumpriu, razão porque Gregório XIV apoiou a Liga Francesa que o queria depor com o apoio de Filipe II.
Gregório XIV renovou a excomunhão de Henrique IV e ordenou ao clero, à nobreza, aos funcionários judiciais e ao terceiro estado de França que lhe negassem obediência, sob severas penas, enviando o seu sobrinho Ercole Sfrondati a França, à frente de um exército papal. Durante o seu curto pontificado nomeou cinco cardeais, entre os quais o sobrinho Paulo Camilo Sfrondati.
Vítima de uma epidemia que assolava Roma, faleceu, sem tempo nem capacidade para qualquer atuação de vulto no governo da Igreja.
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INOCÊNCIO IX
Inocêncio IX
(1591)
Eleito em 29 de Outubro de 1591, já de idade avançada, o cardeal Facchinetti escolheu o nome de Inocêncio IX.
Depois de eleito soube rodear-se de pessoas competentes, dividindo, para maior eficácia, a Secretaria de Estado em diversas secções.
A sua primeira preocupação foi abastecer de trigo a cidade e reprimir o banditismo que a infestava.
Apoiou a causa de Filipe II e da Liga Francesa contra Henrique de Navarra.
Proibiu a alienação de propriedades eclesiásticas.
Infelizmente para a Igreja não teve tempo para fazer mais, pois morreu cerca de dois meses depois de eleito.
Deixou numerosos escritos, quase todos manuscritos, quase todos manuscritos, sobre teologia e comentários a Platão e a Aristóteles.
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CLEMENTE VIII
Clemente VIII
(1592-1605)
O cardeal Aldobrandini foi eleito em 30 de Janeiro de 1592 e coroado em 9 de Fevereiro seguinte, com o nome de Clemente VIII.
Embora figurasse em último lugar na lista de pretendentes ao papado, apresentada pelo embaixador de Espanha, obteve a maioria do conclave, graças ao apoio de cardeais que queriam libertar a Santa Sé do poder de Filipe II.
Sendo um homem piedoso e sério, logo que foi eleito manifestou o seu nepotismo ao elevar ao cardinalato os seus sobrinhos, Cínzio e Pedro Aldobrandini, fazendo este secretário de Estado. Diga-se, contudo, que também nomeou cardeais homens como Barónio (que escreveria a História dos Papas), São Roberto Belarmino (futuro Doutor da Igreja), D’Ossat, Perron, Toledo e outros.
Todas as sextas-feiras jejuava a pão e água e nos outros dias convidava alguns pobres para a sua mesa, a quem ele próprio servia. Nos seus aposentos, em vez de obras de arte, tinha uma caveira, a recordar a fragilidade da vida.
Interveio com grande tacto político na pendência entre a França e a Espanha, pela qual Henrique IV, da França, deixou o calvinismo e abraçou o catolicismo.
Nos seus esforços para recuperar a Inglaterra para o catolicismo, após a morte de Isabel I, viu-se confrontado contra a vontade do seu sucessor, Jaime I, filho de Maria Stuart, que ordenou uma verdadeira perseguição aos cristãos.
A nível teológico teve de intervir numa controvérsia suscitada pelo jesuíta espanhol, Luís Molina, em 1558, ao publicar o livro Sobre a Concordância do Livre-Arbítrio com os Bens da Graça, sobre os efeitos da Graça Divina. O papa, para apaziguar a polémica, instituiu em 1597 a Congregação do Auxilio e proibiu a publicação de qualquer livro sem a autorização do Santo Oficio.
Clemente VIII celebrou o XXII Jubileu, em 1600, o qual atraiu milhões de peregrinos a Roma.
Durante o seu pontificado instituiu a devoção das Quarenta Horas, fundou em Roma o Colégio Clementino para educação dos filhos dos ricos e muitos colégios para os de menos posses. Fundou o Colégio Escocês para preparação de missionários para evangelizar a Escócia. Defendeu a inviolabilidade dos Estados Pontifícios e realizou edições da Vulgata, do Breviário – ou missal diário – e de outros textos importantes da Igreja.
A condenação do dominicano Giordano Bruno foi utilizada pelos seus detratores como prova de opressão da Igreja sobre a liberdade de pensamento.
Giordano Bruno, exaltado e incontido, arremetia contra a Igreja, embriagado por um desenfreado panteísmo, rejeitando a encarnação de Cristo, cuja divindade negava, e que equiparava a Pitágoras ou Platão, acabando executado depois de um prolongado processo.
Clemente VIII, que padecia de gota, morreu em 5 de Março de 1605 e ficou sepultado em São Pedro, até que os seus restos mortais foram trasladados, em 1646, para um grandioso monumento em Santa Maria Maior, mandado construir por Paulo V.
Durante este pontificado apareceu a primeira edição das Profecias de São Malaquias, referentes aos papas que regeriam a Igreja até ao fim dos tempos.
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Este Post era para ser colocado em 13-3-2013 – 10H30
ANTÓNIO FONSECA
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