(Post para publicação em 2 de Fevereiro de 2013 – 10,30 h).
(Pde Mário Salgueirinho Barbosa)
Padre Mário Salgueirinho foi para todos nós um ser humano exemplar, uma pessoa marcante e ficam definitivamente as nossas vidas mais pobres sem o seu carácter, bondade e sabedoria.
Que descanse em paz com as honras do Senhor.
18\06\1927 - 29\10\2011
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Do livro “Caminhos da Felicidade”
OUTONO
Outono…
Folhas amarelecidas anémicas caem lentamente, aqui e além, sobre campos e caminhos…
A Natureza parece gemer tristemente, como que carpindo saudades de partida…
Uma sinfonia melancólica nos envolve, com a voz das cores acastanhadas e mornas, da folhagem seca empurrada pelo vento, do sorriso nostálgico do sol em alternância com o sussurro dos aguaceiros…
Diz a propósito um escritor francês: «Tu, meu Deus, nos dás o Outono para nos lembrares o fim do nosso verão…
É a mensagem subtil do Outono.
Normalmente há verão na vida de cada pessoa. Há um tempo de amadurecimento no pensar e no agir.
Há um tempo de produção nas letras, nas artes, em qualquer campo da cultura.
Há um tempo de realização pessoal em familia, na profissão, na função social.
É um tempo de colheita saborosa de tanto sonho ardente, de tanto projeto concretizado, de tanta sementeira sacrificada, de palavras e obras…
Mas o verão acaba…
É precisamente isso que nos anuncia o outono, com a sua mensagem suave e tristonha, que nos invade a alma…
Tu, meu Deus, nos dás o outono,
para nos lembrares o fim do nosso verão…
Porto, Dezembro de 1998
Mário Salgueirinho
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Do livro “Dar é receber”
O NOSSO NOME
O nosso nome, inscrito na Conservatória do registo Civil e confirmado no Baptismo, é o nosso ficheiro, o nosso «file» na linguagem informática. É sob o nosso nome que registamos as páginas da nossa vida: as páginas belas e gloriosas e as páginas sombrias e tristes; as nossas realizações de felicidade – felicidade pessoal ou oferecida aos outros – e as nossas atitudes negativas e infelizes.Temos ouvido elogios de quase todos os quadrantes. Vigílias, sufrágios, homenagens merecidas, tudo com justiça pela sua generosidade, competência e honestidade.
É muito importante o nosso nome – feio ou belo. Ele valida os nossos documentos; os requerimentos, os certificados, as declarações, os testamentos…
O nosso nome nasce connosco. (Alguns pais o escolhem antes do nascimento). E acompanha-nos pela vida fora, como a nossa sombra, ora visível, ora escondido nas asas da simplicidade e da humildade. Acompanha-nos toda a vida, ultrapassando mesmo os umbrais da morte.
E segue honrado ou ensombrado na esteira dos descendentes, da ramificação dos familiares.
Alguém comparou o nome de cada pessoa a um brasão de armas, onde figura e se prolonga a linhagem da familia, gloriosa ou apagada, honrada ou enegrecida.
O nosso nome é a nossa identidade: o que somos, o que fizemos, o que fazemos, o que amamos, o que rejubilamos, o que sofremos.
Respeitemos o nome – o nosso e dos outros – pois mais que o dinheiro, mais que a fortuna, mais que o valimento, mais que o poderio, o maior legado que alguém pode deixar aos vindouros é um nome limpo e digno, o tesouro precioso de um bom nome.
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