sábado, 9 de março de 2013

Nº 1578-3 - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA - (76) - 4 de Março de 2013

Nº 1578 - (3)

BOM ANO DE 2013

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Caros Amigos:

Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)

segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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CLEMENTE VII  -  ANTIPAPA

Clemente VII

(1378-1394)

Depois da morte de Gregório XI, em 1378, enquanto os cardeais deliberavam acerca da eleição do novo papa, o povo romano gritava diante das portas do Vaticano: «Nós queremo-lo romano, senão, matá-los-emos a todos». O conclave acabava de eleger um italiano, quando a multidão invadiu o palácio.

No dia seguinte, os cardeais entronizaram Urbano VI, que era um homem desabrido, que tratava publicamente por patife o cardeal de Amiens e por imbecil o cardeal Orsini, declarando aos cardeais franceses que nada mais tinham que fazer senão calarem-se.

Treze cardeais franceses, alegando terem sido obrigados a votar em Urbano VI, alcançaram em segredo Anagni, onde, sob a proteção de gascões e de navarros, comandados por Du Guesclin, declaram forçada e nula a eleição de Roma e elegeram em 20 de maio de 1378, Roberto de Genebra, como papa, com o nome de Clemente VII. Este foi para Avinhão, levando o cisma a dividir a Cristandade durante 40 anos.

A França apoiou o papa de Avinhão com o reino de Nápoles e a Escócia. Pelo papa de Roma tomaram partido a Itália do Norte, Alemanha, países escandinavos e da Europa Central.

A Espanha e Portugal tiveram posições divergentes. A Espanha começou por apoiar Urbano VI, mas depois, por pressão da França, passou-se para Clemente VII. Quanto a Portugal, o rei D. Fernando começou por apoiar Clemente VII, mas depois passou a apoiar Urbano VI.

Clemente VII entra em Avinhão em 20 de Setembro de 1379 e o cristianismo passa a ter dois papas.

Este papa jovem, apoiado pelos países mais ricos da Cristandade, retoma a vida faustosa que amava e a corte papal retoma as suas tradições brilhantes.

Pretende mostrar a sua legitimidade, enquanto em Itália, Urbano VI, num ataque de paranoia, faz executar alguns dos seus cardeais.

Entretanto, na corte de Clemente VII, aparece um jovem cardeal, de nome Pierre do Luxemburgo, um homem santo, tão piedoso que a sua morte foi causada, prematuramente, por privações e penitências. O seu túmulo, depois transformado em capela, passou a ser um lugar de recolhimento e de milagres, visitado por muitos peregrinos.

Clemente VII morreu de apoplexia, em Avinhão.

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BENTO XIII  -  ANTIPAPA

Bento XIII

(1394-1423)

Quando Clemente VII morreu, os cardeais elegeram, em 28 de Setembro de 1394, outro antipapa, com o nome de Bento XIII, o espanhol Pedro de Luna, um homem com formação jurídica.

Depois de eleito propôs um encontro pessoal com Bonifácio IX, do qual nada resultou.

Por incumprimento da promessa de terminar com o Cisma do Ocidente e também devido à oposição francesa e a outras circunstâncias, foi deposto em 1398. Como se negasse a entregar a tiara, foi cercado em Avinhão, de onde fugiu para Peniscola, continuando a manter os seus direitos, apesar de ter sido condenado pelo Concilio de Pisa e de Constança (Julho de 1417).

O concílio foi proposto pelo imperador do Sacro Império, Segismundo, para acabar com a heresia hussita, sendo convocado pelo antipapa João XXIII, terminando com o Cisma do Ocidente e a eleição de Martinho V.

Entretanto, viveu ainda mais cinco anos, continuou na Páscoa com os ataques ao rei de Aragão e aos cardeais que o tinham abandonado depois de ter sido deposto pelo Concílio de Constança, em 26 de Julho de 1417.

Antes de morrer, em Peniscola, obrigou três cardeais que lhe eram fiéis a jurar que iriam eleger um seu sucessor. Os cardeais cumpriram a jura e assim apareceu o antipapa Clemente VIII (1423-1429), que abdicou e se submeteu a Roma, e o antipapa Bento XIV (1425-1430).

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ALEXANDRE V  -  ANTIPAPA

Alexandre V

(1409-1410)

O Conciliábulo de Pisa reuniu em Cândia, em 1409, para resolver o problema de dois papas que não desistiam do pontificado: o antipapa Bento XIII e o papa Gregório XII. A 15 de Junho de 1409 ambos foram depostos, depois de serem declarados cismáticos e hereges. Logo a seguir, a 26 desse mesmo mês, elegem novo papa, o arcebispo de Milão, Pietro Filargo, que toma o nome de Alexandre V. Havia então três papas.

Os patriarcas de Alquileia e de Veneza passaram a apoiar a causa de Alexandre V, o que lhe deu força para aprisionar Gregório XII, mas este conseguiu fugir para Gaeta, no reino de Nápoles.

Após a fuga do papa, Alexandre V, auxiliado pelas tropas de Luís de Anjou, apodera-se dos Estados Pontifícios, mas, quando se ia transferir para Roma, foi surpreendido pela morte em 1410, poucos meses depois da sua eleição.

Alexandre V, que pertencia à ordem dos Franciscanos, distinguiu-se pela sua sabedoria e bondade.

JOÃO XXIII  -  ANTIPAPA

João XXIII

(1410-1415)

Depois de eleito papa, Gregório XII enviou cartas ao antipapa Bento XIII, aos cardeais  de Avinhão, à Universidade de Paris e a diversos soberanos, para conseguir uma união na igreja.

O antipapa Bento XIII negou-se a renunciar e o rei de França deu-lhe ordem de prisão, mas Bento conseguiu fugir e refugiar-se em Aragão.

O Concílio de Pisa (25-3-1409) pretende destituir o papa Gregório XII e o antipapa Bento XIII, mas perdeu tempo em discussões inúteis e só em 15 de Junho de 1409, conseguiram destitui-los, elegendo o arcebispo de Milão, Pietro Filargo, que toma o nome de Alexandre V, afinal outro antipapa. Tanto Gregório XII como Bento XIII protestam e não aceitam esta decisão, chegando-se ao cúmulo de haver três papas, sendo dois ilegítimos.

Alexandre V, auxiliado pelas tropas de Louis de Anjou, consegue apoderar-se dos Estados Pontifícios, mas morre poucos meses depois da sua falsa eleição. Surge então novo antipapa, o cardeal napolitano Baltazar da Cossa, eleito em 17 de Maio de 1410, que toma o nome de João XXIII. João era um político enérgico, antigo militar, um homem orgulhoso, que foi logo instalar-se em Roma, auxiliado pelas tropas de Luís de Anjou, obrigando Gregório XII a refugiar-se em Rimini, mas pouco tempo esteve em Roma, sendo expulso pelo rei de Nápoles.

João não desiste, pede ajuda ao imperador Segismundo e este, querendo livrar-se dele, convoca o Concilio de Constança, disposto a destituir os três papas, para eleger outro. O antipapa percebe o que se passa, foge e vai pedir ajuda ao duque Frederico de Áustria. Não conseguiu a ajuda desejada e foi feito prisioneiro, aceitando humildemente a deposição. Quando foi libertado dirigiu-se a Roma para prestar obediência a Martinho V, então papa legitimo; este, condoído, perdoou e restituiu-lhe a dignidade cardinalícia, passando a ser cardeal-bispo de Túsculo.

No local da sua morte, em Florença, foi erigido em sua memória um belo monumento.

Só passados mais de 500 anos, o patriarca de Veneza, Ângelo Roncalli, ao ser eleito papa e ao adoptar o nome de João XXIII, relegou definitivamente o outro João para o rol dos antipapas e usurpadores.

CLEMENTE VIII - ANTIPAPA

Clemente VIII

(1423-1429)

 

Os cardeais que tinham jurado a Bento XIII que elegeriam um seu sucessor cumpriram o prometido e, em 10 de Junho de 1423, elegeram um homem sem importância e quase desconhecido como antipapa, com o nome de Clemente VIII.

O antipapa, cujo percurso se desconhece, prenunciou em 26 de Julho de 1429, já quando Martinho V era o papa legítimo.

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Continua:…

Este Post era para ser colocado em 4-3-2013 – 10H30

ANTÓNIO FONSECA

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