Caros Amigos:
Devido a mais uma falha de minha parte (de que me penitencio desde já), esta rubrica foi interrompida desde o passado Domingo, no qual publiquei a postagem 28 em que foram referidos os Papas SEVERINO (649), JOÃO IV (640-642) e TEODORO I (642-649).
Tendo verificado esta falha agora mesmo (11-1) vou retomar a referida publicação, que espero não venha novamente a sofrer interrupções pelo mesmo motivo.
Desculpem e Obrigado. ANTONIO FONSECA
Nº 1526 - (3)
Desejo a continuação de
BOAS FESTAS e BOM ANO DE 2013
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Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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SÃO MARTINHO I (649-655)
São Martinho I
(649-655)
Era dotado de temperamento enérgico e poucos meses depois de ser eleito, em 5 de Julho de 649, convoca um concílio para São João de Latrão (Outubro de 649) que reúne 150 bispos e 30 eclesiásticos gregos, que condenaram o Ectesis, de Heraclio, e o Typus, de Constante II.
O imperador, zangado, manda para a Itália um novo exarca, Olimpo, com a incumbência de obrigar os bispos a aceitarem, a fórmula do Typus e de prender o papa, se não concordasse.
Olimpo, nada conseguindo, resolveu assassinar o papa. Finge-se piedoso e dirige-se para Santa Maria, onde o pontífice celebrava a missa solene ad Praesepe. Levava consigo um escudeiro que deveria apunhalá-lo, mas, segundo o Liber Pontificalis, deu-se um caso insólito, pois no momento de apunhalar o papa, o escudeiro ficou cego. O exarca, impressionado, faz as pazes com Martinho I e parte com o seu exército para combater os sarracenos na Sicília, onde morreu vitimado pela peste.
O imperador manda novo exarca com instruções para prender o papa e em 19 de Outubro de 653 este é feito prisioneiro e obrigado a embarcar numa nau ancorada no Tibre. Primeiro foi para Naxos, onde passou um ano de miséria, e a seguir para Constantinopla, onde, encerrado num cárcere, sofreu privações e vexames, sendo condenado à pena capital.
O patriarca de Constantinopla, doente e temeroso do castigo de Deus, pede ao imperador para que o papa não seja executado e Constante aceita, ficando Marinho cativo mais 83 dias, até que foi enviado para Quersoneso, na Crimeia, onde chegou depois de uma viagem longa de dois meses de intenso sofrimento.
Vale a pena relembrar um parágrafo da última carta de Martinho I: «Surpreende-me o total abandono de todos os que foram meus amigos, neste desterro, e enche-me de tristeza a forma como abandonaram os meus irmãos no apostolado. Carecerão, acaso, de algumas moedas para me enviar, a fim de poder mitigar a fome? Ou será o medo aos inimigos da Igreja que os faz esquecer a sua obrigação de dar de comer ao faminto? Apesar disso, continuo rezando a Deus para que mantenha na fé todos os que pertencem à Igreja».
Faleceu, amargurado e torturado mas não vencido. Foi sepultado em Constantinopla e mais tarde trasladado para Roma, onde jaz na Igreja de São Martinho.
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SANTO EUGÉNIO I
Santo Eugénio I
(De 654 a 657)
Como o imperador bizantino, Constante II, fez prisioneiro o papa São Martinho I, desterrando-o, primeiro para Constantinopla e depois para a Crimeia, forçou o clero romano a eleger um novo papa, ainda em vida do pontífice anterior.
Eleito em 10 de Agosto de 654, Eugénio foi sempre o substituto, pois, para todos, o verdadeiro papa, até à sua morte, foi São Martinho, mesmo prisioneiro.
Talvez Eugénio I se começasse a sentir o verdadeiro papa quando São Martinho escreveu, do seu desterro na Crimeia, recomendando aos fiéis e clero de Roma que obedecessem «ao Pastor que já lhes havia sido proposto».
No escasso tempo de pontificado teve de enfrentar o patriarca Pedro, de Constantinopla, que lhe propôs um acordo na questão do monotelismo, expondo-o de modo dúbio e inaceitável. Recusou e com essa atitude irritou o imperador, que o julgava mais acessível por ter sido ele a impor a sua eleição. A sua morte prematura evitou, possivelmente, que tivesse o mesmo destino de São Martinho.
A nível pastoral, santo Eugénio I ordenou que os sacerdotes observassem perpétua castidade e decretou valiosos regulamentos para a Igreja.
Segundo o Liber Pontificalis, Eugénio foi «demasiado benévolo, doce, cheio de mansidão, afável com todos e eminente na santidade».
Um ano antes da morte de Santo Eugénio, o X Concílio de Toledo colocava São Frutuoso, bispo de Dume, ao leme da Igreja bracarense, encarregando-se do governo de toda a metrópole da província da Galiza.
Treze séculos mais tarde, em 1942, a sua memória seria exaltada com a dedicação de uma Igreja em Roma, oferecida pelo mundo católico ao seu homónimo Eugénio Pacelli, então papa Pio XII, nas bodas de prata da sua sagração episcopal.
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SÃO VITALINO
Vitalino
(De 657 a 672)
Logo que foi eleito, em 30 de Julho de 657, procurou a aproximação com Bizâncio enviando legados ao imperador e ao patriarca com a notícia da sua eleição. Ambos se mostraram cativados com esta atenção e voltaram a escrever o nome do papa nos dípticos (quadro onde se inscrevem os nomes das pessoas por quem se reza) o que não sucedia desde o papa Honório.
Gregorovius interpela Vitalino por não se mostrar mais corajoso frente a um imperador que tinha assassinado um irmão e feito morrer à fome, no exílio, o papa São Martinho. Vitalino continuou a achar que o caminho da paz seria o melhor e a verdade é que Constante II resolveu deslocar-se a Roma em 663. O papa saiu a recebê-lo e acompanhou-o até São Pedro, mas o imperador não se mostrou digno dessa hospitalidade, pois despojou a cidade de muitas riquezas e quando partiu levava os barcos carregados como se tivesse vindo como conquistador e não como visita. De Roma rumou a Nápoles e dali para Siracusa, exigindo impostos em toda a parte.
De pouco lhe valeu o exagero de mando e os roubos, pois viria a ser assassinado por um escravo durante o banho. Então, os sarracenos, senhores da situação, apoderaram-se de todo o espólio que trouxera de Roma.
Durante o seu pontificado o papa teve de enfrentar a rebeldia de Mauro, arcebispo de Ravena, que pretendia eximir-se à autoridade eclesiástica de Roma, tendo o imperador a apoiá-lo.
Vitalino, depois da morte de Constante II, apoiou os direitos do seu filho Constante IV, que, por isso, se mostrou grato com o papa. Ao mesmo tempo, o sucessor de Mauro, em Ravena (671-677), reentra em comunhão com a Sé Apostólica, afastando o perigo do cisma.
Vitalino também atendeu com atenção a Igreja de Inglaterra, procurando sanar divergências entre os missionários romanos e o clero local. Numa carta de 655, dirigida ao rei Oswin, a agradecer a embaixada que lhe enviara a Roma, promete enviar-lhe um representante para restabelecer a união, particularmente quanto às divergências ainda existentes na celebração da Páscoa. Esse representante viria a ser o monge Diodoro ou Teodoro de Tarso, que, percorrendo toda a ilha, conseguiu estabelecer uma íntima união com Roma.
Amante da música, empenhou-se no esplendor do canto religioso, havendo quem lhe atribua a introdução do órgão nas cerimónias litúrgicas.
Foi sepultado em São Pedro.
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Continua:…
Post colocado em 11-1-2013 – 11H00
ANTÓNIO FONSECA
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