(Post para publicação em 26 de Janeiro de 2013 – 10,30 h).
(Pde Mário Salgueirinho Barbosa)
Padre Mário Salgueirinho foi para todos nós um ser humano exemplar, uma pessoa marcante e ficam definitivamente as nossas vidas mais pobres sem o seu carácter, bondade e sabedoria.
Que descanse em paz com as honras do Senhor.
18\06\1927 - 29\10\2011
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Do livro “Caminhos da Felicidade”
ESCREVER UMA CARTA
Vivemos num tempo de comunicações rápidas, por rádio, por computador, por telefone, por telemóvel ou pela Internet.
Tudo isto tem feito perder os hábitos de comunicação epistolar. A preguiça, o comodismo, o pouco tempo disponível tem feito abandonar as comunicações por carta, entre namorados ou familiares ou amigos.
Os carteiros, que outrora eram esperados com ansiedade, andam agora carregados de papelada propagandística de negócios de toda a espécie. Já quase não trazem mensagens de ternura, de conforto, de esperança, de alegria e de luz.
E é pena. É verdade que os telefones estabelecem um contacto direto, mais rápido e vivo. Mas morre ao pousar do auscultador…
Enquanto que uma boa carta fica junto de nós: continua a falar-nos quantas vezes quisermos saborear o seu sumo doce e inesgotável contido nas linhas e entrelinhas.
Para além disso, uma carta é um marco, uma lápide escrita para a história da pessoa que a escreveu ou recebeu, ou de uma família, de uma terra, de um povo…
Quantas coisas maravilhosas e importantes ter-se-iam perdido, se não tivessem sido exaradas em cartas de grandes escritores, de grandes artistas, de grandes políticos, de grandes santos!…
Há que regressar às comunicações por carta, mesmo que sejam pequenas missivas, com a certeza de que, mesmo pequenas e simples, podem ter um efeito extraordinário de encorajamento, de iluminação, de fortalecimento de um amor ou de uma amizade, mesmo quando jazem esquecidas ou aparentemente mortas no fundo de uma gaveta.
Cada ano que passa sobre uma boa carta duplica-lhe a força, o encanto e a luz da primeira hora…
Porto, Dezembro de 1998
Mário Salgueirinho
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Do livro “Dar é receber”
EXALTAR OS HUMILDES
Morreu barbaramente num atentado no Iraque o delegado da ONU, homem de excepcionais qualidades, dedicado à sua missão nos diversos lugares, alguns difíceis, onde a exerceu.
Temos ouvido elogios de quase todos os quadrantes. Vigílias, sufrágios, homenagens merecidas, tudo com justiça pela sua generosidade, competência e honestidade.
Há no entanto uma sombra que nos faz refletir. Morreram nesse atentado 24 pessoas. Ninguém fala nos outros 23 funcionários subalternos – porteiros, varredores, carregadores, escriturários, etc., que exerciam a sua função com generosidade e sacrifício e pereceram sem que o mundo saiba o seu nome, sem receber um pequeno sufrágio.
Ficaram, na sombra, no mundo dos humildes e pagados. Isto acontece muitas vezes. Os olhos humanos não veem para dentro dos bastidores de glória a gente ignorada e esquecida. E o seu trabalho é importante e até indispensável para o êxito.
O papa João Paulo II costuma(va) ter um gesto modelar. No fim das suas viagens apostólicas, quando se despede de uma Instituição onde esteve hospedado, pede para chamar todos os funcionários;: os porteiros, telefonistas, cozinheiros, camareiros e a todos dirige uma simpática palavra de agradecimento e de bênção.
Bem-aventurados os humildes, porque serão exaltados…
Temos de aprender a exaltar os humildes!…
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