terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Nº 1545-3 - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA (42) - 29 de Janeiro de 2013



Nº 1545 - (3)

Desejo a continuação de

BOM ANO DE 2013
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Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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SANTO ADRIANO III
 
Santo Adriano III

Santo Adriano III

(884-885)

Tinha o nome de Agapito, mas quando ascendeu ao pontificado em 19 de maio de 884 resolveu mudá-lo para Adriano (o terceiro papa do mesmo nome), seguindo o que já tinha sido feito pelo papa João II (533-535), que antes da eleição se chamava Mercúrio e foi o primeiro a adoptar esta mudança de nome que, mais tarde, todos os papas seguiram.
Viveu em contínuo sobressalto no seu breve pontificado, pois a luta dos diversos ducados italianos permitia a ameaça continua dos sarracenos.
Resistiu aos pedidos de Basílio, imperador de Bizâncio, a favor do patriarca Fócio, já excomungado, e foi duro nas relações com o Sacro Império Romano-Germânico, contrariando Carlos, o Gordo,que pretendia que fosse necessária a sua autorização para a eleição de um papa.
Perante a insistência, aceitou o convite para ir à Dieta de Worms, convocada por Carlos, o Gordo, para resolver a sucessão ao trono imperial.
Adriano partiu para França e em Nonantole, perto de Modena, faleceu, sendo sepultado no mosteiro da cidade.
Pouco tempos depois da sua morte foi proclamado santo, mas a sua canonização foi impugnada, até que em 2 de Dezembro de 1891, o seu culto foi reconhecido pelo papa Leão XIII, que decretou que em todos os dias 7 de Setembro se celebrasse uma missa dupla, pelos clérigos de Roma e de Módena.
 
 

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ESTÊVÃO V


Estevão V (VI)

Estêvão V
(885-891)
 
Foi escolhido por consenso unânime do clero e do povo em 14 de Setembro de 885, mas a sua eleição provocou o desagrado do imperador Carlos, o Gordo, por não ter sido previamente consultado, e que chegou a tentar destitui-lo, desistindo, porém, dos seus intentos, por não se ver apoiado.
Estevão V, contudo, teve grande abnegação em aceitar o pontificado, pois os celeiros da cidade estavam vazios e o tesouro da Igreja esgotado, vendo-se, por isso, impossibilitado de dar os habituais donativos ao clero e escolas de Roma e de acudir ao povo faminto.
Sem olhar a tanta miséria, os duques de Salerno e Cápua continuavam a discutir os territórios da Santa Sé, enquanto os sarracenos aproveitavam, para assolar o Lácio e a Etrúria.
Não sabendo a quem pedir ajuda, Estevão IV (ou V) recorre ao antigo adversário do pontificado, o duque de Espoleto, que, vendo na agonia o antigo Império carolíngio e pensando, talvez, substitui-lo, acode a enfrentar e a aniquilar a ameaça sarracena. Com efeito, morto o imperador Carlos, o Gordo, Guido, duque de Espoleto, consegue ser eleito rei de Itália e obtém a coroa imperial.
Entretanto, em Bizâncio, apoiado pelo imperador Basílio, Fócio continua a atacar Roma por meio de cartas e escritos eivados de sofismas, pretendendo separar a Igreja bizantina da jurisdição do bispo de Roma e continuou até que morre o imperador e se vê compelido a abdicar e a recolher a um convento.
Amante das artes, deu um grande impulso ao desenvolvimento artístico.
Também aboliu as provas pelo fogo e pela água, os orálios, porqwue considerava que tentavam Deus.
Estevão V faleceu, completamente pobre, pois até os próprios bens familiares despendeu para ajudar os necessitados.
 

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FORMOSO


Formoso

Formoso
(891-896)
 
O papa Nicolau I tinha grande confiança no seu zelo e na sua habilidade e assim, quando o príncipe Boris, da Bulgária, enviou uma embaixada a Roma, em 866, para discutir questões papais, Nicolau I indicou Formoso e o bispo Paulo de Populónia como seus legados para a Bulgária. Formoso agradou de tal modo na corte búlgara que Boris pediu a Nicolau I, em 867, que o indicasse como bispo da Bulgária, mas Nicolau I não cedeu porque os cânones proibiam um bispo de deixar a sua própria Sé, para tomar o governo de outra diocese.
Boris não desistiu e, mais tarde, fez o mesmo pedido a Adriano II, mas sem resultado.
Em 869, Adriano II enviou Formoso, com outro bispo, a França para ajudar os bispos locais numa disputa doméstica entre o rei Lotário e sua esposa Teutberga.
Pela morte do imperador Lotário e as regras de sucessão, Formoso foi enviado com o bispo Gauderico de Velletri, a Trento, em 872, onde a imperatriz Engelberga e Luís, o Alemão, discutiam a questão da sucessão.
Quando foi eleito papa, João VIII mostrou confiança em Formoso e na morte de Luís II enviou-o a França para convidar Carlos, o Calvo, para ir a Roma ser coroado.
No séquito do papa, muitos viam com desaprovação a coroação de Carlos e fugiram temendo o castigo, entre eles, Formoso.
Perante a fuga, João VIII reúne um sínodo e condena Formoso com o fundamento de que aspirando ao arcebispado da Bulgária tinha abandonado a sua diocese sem permissão papal. Num segundo sínodo, em 30 de Junho, aparecem novas acusações a Formoso; que despojara os claustros de Roma; que tinha executado serviço divino apesar de interdito; que tinha conspirado com diversos homens iníquos e com mulheres para destruição da Sé papal e por isso o excluíam do clero. Tais acusações dirigidas a um homem religioso, moral, ascético, intelectual só podem ser entendidas como ditadas por espírito partidário.
A sua deposição foi confirmada no Sínodo de Troyes e João VIII obrigou-o a jurar que, no futuro, não voltaria a Roma e seria sempre leigo.
Nos anos seguintes, Formoso esteve em Sens, até que o novo papa, Marinho II, sucessor de João VIII, o libertou do juramento, fê-lo voltar a Roma e em 883 restaurou-o na sua diocese de Portus.
Em 6 de Outubro de 891, foi elevado a pontífice devido á sua acção nas legações eclesiásticas, desde o pontificado de Nicolau I, e por ser considerado um bispo de grande santidade e costumes exemplares.
Na altura em que foi eleito, duas facções disputavam a primazia em Roma; a dos filo germânicos e a dos que preferiam o rei franco.
Temendo as consequências desta luta,. Formoso julgou que a solução seria passar o reino de Itália para as mãos de um terceiro. nesse sentido, enviou cartas e legações a Arnolfo da Baviera, mas tanto o rei franco como a ambiciosa rainha longobarda, Ageltrudes, não se mostraram dispostos a aceitar esta solução.
Depois de algumas tentativas frustradas, Arnoldo da Baviera dirige-se à frente de um grande exército, para Roma, onde o diácono Sérgio, com auxilio de alguns nobres, prende o papa e prepara-se para defender a cidade. Tudo era comandado pela rainha Ageltrudes, que conseguira pôr do seu lado os francófilos, contra os invasores, mas Arnolfo, com um  exército poderoso, entrou na cidade e libertou o papa, que o coroou imperador , com o aplauso da população. Porém, acometido de paralisia, Arnolfo vê-se obrigado a regressar à Alemanha.
Pouco depois, morria Formoso (talvez envenenado).
Dotado de invulgares qualidades , austero, virtuoso e culto, a firmeza do seu carácter criou-lhe muitos adversários.
Foi sepultado no vaticano e os seus restos mortais, seriam mandados exumar, oito meses depois, por um ato sacrílego de Estevão VI.
 
 
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Continua:…
Post colocado em 29-1-2013 – 10H15
ANTÓNIO FONSECA

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