Nº 1543 - (3)
Desejo a continuação de
BOM ANO DE 2013
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Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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SÃO LEÃO IV
São Leão IV
(847-855)
Foi eleito em 10 de Abril de 847, sem problemas e coroado sem a anuência do imperador, que, no entanto, não mostrou qualquer ressentimento.
Pouco depois der eleito, a cidade foi abalada por um violento terramoto, seguido de incêndios, pondo em perigo a Basílica de São Pedro.
Entretanto Roma continuava sob a ameaça dos exércitos sarracenos que tinham acampado frente a Óstia.
São Leão IV pede auxilio ao duque de Nápoles e a outros chefes cristãos que conseguiram infligir uma pesada derrota aos invasores.
Celebrado o acontecimento com solenes ações de graças, São Leão IV compreendeu que para prevenir futuras ameaças era indispensável restaurar as muralhas e erguer um novo lanço que abrangesse as basílicas profanadas, o atual território do Vaticano. Nasceu assim a chamada “Cidade leonina”, em cuja construção se gastou todo o erário e bens de diversas igrejas e conventos. Concluídas em 852, as novas muralhas e torres foram solenemente benzidas, depois de o papa, bispos e clero e monges, todos descalços, terem percorrido o circuito em penitencia.
Em 855, chegaram a Roma, Etelvulfo, rei de Inglaterra, com seu filho Alfredo, para receberem a unção papal. Durante o ano de permanência na cidade, o soberano inglês ofereceu diversos donativos a São Pedro e mandou reconstruir as casas que o incêndio devorara, no bairro dos anglo-saxões.
A celebração de dois sínodos em Roma (850 e 853) atesta que São Leão IV, para além das medidas de defesa contra os sarracenos , se preocupou igualmente com os problemas da Igreja , o que lhe mereceu os títulos de “Segundo Aureliano” e restaurator urbis.
São Leão IV foi o primeiro pontífice a datar os documentos oficiais.
Foi sepultado em São Pedro.
Durante o seu pontificado levantou-se uma sangrenta perseguição contra os cristãos da Península Ibérica, sob o domínio de Abderramão II. Apesar de o culto ser tolerado , estava proibido, quer aos muçulmanos quer aos cristãos, abraçar o cristianismo. Os filhos de matrimónios mistos eram considerados muçulmanos. Bastava que um cristão tivesse entrado numa mesquita para ser obrigado a tornar-se maometano, sob pena de mutilação dos pés e mãos, e que um cristão tivesse injuriado Maomé ou denegrido a sua religião para ter de escolher entre a morte a abjuração da fé. Tudo isto facilitava os pretextos para perseguir e impedir o alastramento do cristianismo.
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BENTO III
Bento III
(855-858)
Caluniadores da Igreja e falsificadores de factos pretenderam colocar uma mulher, uma tal Yoana, de origem inglesa, como pontífice, com o nome de João VIII.
Esta lenda absurda apenas surgiu dois séculos mais tarde, por intermédio de Leão IX, que lhe atribuiu origem bizantina. Yoana teria estudado em Atenas e vindo a Roma disfarçada de homem, usando o nome de João Angélico, e teria sido ordenada, vindo a ser eleita papa, ocupando a Sé de São Pedro durante dois anos e meio, até ser descoberta quando, durante uma procissão deu à luz nas ruas de Roma.
Não há perante documentos, hipóteses de credibilidade, para tal fábula, tanto mais que não existe concordância quanto ao seu nome, chamando-lhe uns Yoana, outros Inês, Gilberta e ainda Gilâmncia e Juta.
Todos os documentos coevos ignoram semelhante lenda e colocam a eleição de Bento III em Julho de 855, no mesmo mês em que morreu o seu antecessor. Além disso, existem vários documentos assinados por Bento III logo nos primeiros meses do seu pontificado e ainda uma medalha cunhada com as efigies de Bento III e do imperador Lotário, que faleceu dois meses e meio após a morte de São Leão IV.
A prova documental garante que São Bento III, cardeal-presbítero de São Calisto, foi eleito um mês e meio depois da morte de São Leão IV.
Na mesma altura, o cardeal Anastásio, ambicioso e intriguista, que fora deposto por São Leão IV e pretende o pontificado, depois de manobrar os representantes do imperador ocupa a Basílica de São Pedro e, entrando pelo Palácio de Latrão, apodera-se do papa, despojando-o das vestes pontifícias.
O povo não aceita, subleva-se em defesa de Bento III e os condes imperiais que o apoiavam acham mais prudente ceder e abandonar Anastásio, sendo Bento III conduzido , entre aclamações, a Santa Maria Maior. O papa perdoou ao tresloucado antipapa, que recolheu a um mosteiro.
O seu pontificado foi tranquilo e o Liber Pontificalis exalta-lhe a bondade e as suas ofertas às igrejas de Roma.
Bento III completou o restauro da Schola Anglorum destruída por um incêndio em 847 e prosseguiu as obras nas igrejas de Roma.
Foi sepultado frente às portas principais da Basílica de São Pedro, portas que ele se tinha empenhado em restaurara depois dos roubos e danos da invasão sarracena, no pontificado de Sérgio II.
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ANASTÁSIO – (ANTIPAPA)
Anastásio
(855)
Eleito o papa Bento III, o cardeal Anastásio, que fora deposto por Leão IV, ambicioso e intriguista, pretende lutar pelo pontificado e, depois de manobrar os representantes do imperador, ocupa a Basílica de São Pedro, invade o Palácio de Latrão, apodera-se do papa e despoja-o das vestes pontifícias, pretendendo substitui-lo. O povo revolta-se em defesa de Bento III e os condes imperiais cedem e abandonam Anastásio, sendo Bento III conduzido a Santa Maria Maior e aclamado pelo povo.
Bondosamente, Bento III perdoa ao louco antipapa, obrigando-o a recolher a um mosteiro e a fazer três dias de jejum em desgravo pelos seus desacatos e dos seus seguidores.
Mais tarde tornou-se bibliotecário da Igreja romana e foi conselheiro de vários papas.
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Post colocado em 27-1-2013 – 23H40
ANTÓNIO FONSECA
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