Nº 1547 - (3)
Desejo a continuação de
BOM ANO DE 2013
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Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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JOÃO IX
João IX
(898-900)
Foi eleito em 18 de Janeiro de 898, por influencia do partido filo germânico, no meio de grande agitação.
Logo a seguir à eleição reúne um concílio para reabilitar definitivamente a memória de Formoso da vergonha infligida no chamado «Sínodo do Cadáver», cujas atas foram mandadas anular. Alguns bispos que tinham tomado parte pediram perdão e disseram ter sido coagidos. O concílio perdoou a todos os arrependidos, lançando a excomunhão sobre os renitentes e reconhecendo as ordenações conferidas por Formoso.
Para captar os francófilos, João IX concorda em sagrar Lamberto. Terminado o concílio dirige-se a Ravena, onde, na presença de 74 bispos, dá início a outro concílio sob a proteção de Lamberto. Nele reconhece-se o direito de qualquer pessoa recorrer à justiça imperial e o imperador determina que se constitua um tribunal civil para acolher as demandas contra os poderosos. Ao mesmo tempo, confirma-se a legitimidade dos Estados da Igreja e a supremacia do papa sobre eles e sobre Roma.
Lamberto comprometeu-se ainda a restituir os patrimónios que usurpara e a proteger o papa contra os inimigos.
O papa expõe a triste situação da santa Sé, sem rendas para manter o clero e socorrer os pobres, suplicando ao imperador auxilio para reconstruir a Basílica de Latrão, danificada por um terramoto.
Tudo parecia bem encaminhado no bom entendimento entre o papa e o imperador, quando este morre inesperadamente, num acidente de caça.
E tudo mudou. Berengário, que espreitava de Verona a sua oportunidade, apodera-se do Império, mas em Agosto de 899 os bárbaros húngaros invadem a Alta Itália, aniquilado o exército do ambicioso Berengário. A Lombardia transformou-se num campo de lutas ferozes. Entretanto, aproveitando a oportunidade, o jovem Luís, rei da Provença, invade o Norte de Itália e apresenta-se vitorioso em Roma.
Poucos meses depois falece João IX que foi sepultado no átrio de São Pedro.
João IX foi um papa de boa vontade e conciliador, procurando , no Oriente, congraçar os partidos de Inácio e de Fócio e mandando legados à Morávia, com o fim de obterem a obediência a Roma.
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BENTO IV
Bento IV
(900-903)
Inicia o pontificado no século X, eleito em 1 de Fevereiro de 900, no início daquele que viria a ser chamado o «século de ferro», devido à barbárie, horrores e aviltamento dos costumes, e «século obscuro» pelo declínio cultural verificado nesses tempos.
Em França e Itália o declínio político e social é quase total , com o aumento da brutalidade e da selvajaria nas nações de predomínio cristão.
Em invasões frequentes, os Normandos, sarracenos e Húngaros, devastavam cidades e mosteiros e «o mundo encheu-se de impurezas, adultérios, roubos sacrílegos, assassínios e violências», como declarou Hervé, arcebispo de Reims, no Sínodo de Trosly, em 909.
Os bens da Igreja e mosteiros caíram nas mãos da nobreza, aparecendo à sua frente, com frequência, bispos e abades leigos, enquanto o clero se mostrava indiferente, ignorante, ambicioso e relaxado nos costumes.
No meio de todos este caos, o papado via-se impotente perante as «grandes famílias romanas», que disputavam entre si a hegemonia do poder, colocando na cadeira de São Pedro, colocando na cadeira de São Pedro os seus familiares ou partidários para se servirem do pontificado como instrumento de domínio, sem darem à Igreja pontífices dignos e competentes.
Todos estes males iriam ver-se atenuados a partir do segundo quartel do século, graças à Casa da Saxónia, ressurgida na Alemanha, de cujo apoio a Igreja beneficiaria.
A Igreja viveu neste século o seu período mais sombrio e sobreviveu por estar assistida por um poder sobrenatural. Com efeito, nenhum dos papas (ou validos que se apoderaram do sólio pontifício) errou dogmaticamente, nem procurou reabilitar este período do excessivo rigor com que foi o qualificado.
São poucos os dados sobre Bento IV que, logo de início, se viu subjugado por uma incursão dos sarracenos no Sul, e no Norte pela inesperada invasão dos bárbaros magiares, que tudo pilhavam e devastavam.
Perante tudo isto e sem qualquer outra alternativa, Bento IV recorre a Luís III, o Cego, da Provença, que em 901, em Roma, tinha recebido das suas mãos a coroa imperial. Luís III ajuda, mas, pouco depois, Berengário, com o apoio de alguns duques italianos, obriga-o a retirar-se para lá dos Alpes, deixando Roma e a Itália entregues às ambições e lutas partidárias das facções e famílias mais poderosas.
Auxiliou Argrim na disputa da Sede de Sangres, apoiou a causa de Estevão para o bispado de Nápoles, excomungou os assassinos de Fulk, arcebispo de Reims, e ajudou Malaceno, bispo de Amásia, que fora expulso da sua Sé pelo avanço dos muçulmanos.
De resto, apenas se sabe que, tal como os seus antecessores, Bento IV reconheceu a legitimidade de Formoso.
Foi sepultado em frente a São Pedro, na porta de Guido.
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LEÃO V
Leão V
(903)
Foi eleito num período agitado, sendo coroado em Julho de 903, com diversas facções a lutar pela hegemonia política. O seu pontificado duraria apenas três meses, porque o Cardeal Cristóvão, seu mentor espiritual, se apoderou dele, metendo-o na prisão onde morreu pouco depois, vitima de maus tratos e, possivelmente assassinado.
Cristóvão assumiu o pontificado, mas não passou de um antipapa, pois não foi eleito através de uma eleição livre, mas pela prepotência e força das armas.
A usurpação pouco durou, pois Sérgio III meteu-o na prisão e teve sorte igual à da sua vítima, o inocente Leão V.
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CRISTOVÃO - (antipapa)
Cristóvão
(903-904)
Foi capelão do papa Leão V e seu conselheiro espiritual, a quem depôs e encarcerou em 903, morrendo, pouco depois, vítima de maus tratos, suspeitando-se até que tenha sido assassinado.
Ocupou o trono pontifício durante seis meses, governando com violência e foi deposto, por sua vez, por Sérgio III, que, regressado do exílio e com o apoio dos Francos e Espoletanos, se fez proclamar pontífice. Meteu Cristóvão na prisão e exilou-o depois num mosteiro, onde teve a mesma sorte da sua vítima, Leão V, morrendo em Janeiro de 904.
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Post colocado em 31-1-2013 – 10H15
ANTÓNIO FONSECA
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