Nº 1520 - (3)
Desejo a continuação de
BOAS FESTAS e BOM ANO DE 2013
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Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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SÃO GREGÓRIO I (MAGNO)
São Gregório I (Magno)
(De 590 a 604)
Aquando da morte do pai, fez-se monge e transformou o seu palácio num mosteiro, pondo lá um abade.
O papa Pelágio II necessitava de um homem como ele e nomeou-o núncio em Bizâncio e, mais tarde, seu secretário.
Na missão, muito importante, na corte de Bizâncio, onde esteve seis anos, Gregório conquistou amizades, aumentou a sua experiência política e os conhecimentos teológicos. Ao regressar, em 566, ao seu mosteiro romano, estudou particularmente Teologia e a Bíblia.
Quando, em 590, a peste vitimou o papa, os Romanos lançaram-se aos pés de Gregório pedindo-lhe para ser o papa. Aceitou por piedade para com o povo e foi eleito em 3 de Setembro de 590. Imediatamente organizou procissões pedindo a Deus o fim do flagelo. Passadas poucas semanas a epidemia diminuiu, o povo viu-se menos atormentado e a popularidade do papa cresceu de forma extraordinária.
Em 591, escreve Regra Pastoral, sobre a missão e deveres dos bispos.
Zeloso pela dignificação da liturgia escreve o Sacramentarium Gregorianum que reformou a celebração da missa. O Antiphonarium, remodelação dos cânticos, ficou conhecido por Cântico Gregoriano.
Outras obras suas merecem destaque, como o Liber regulae pastoralis; quatro volumes de Diálogos, com narrativas dos milagres de diversos santos. Expositio in librum Job e 848 cartas de diverso conteúdo pastoral fazem dele um dos pontífices mais eminentes, um dos Doutores da Igreja, mostrando-se nestes escritos, mais do que um teólogo, um grande moralista.
Entretanto, os Lombardos continuavam a saquear tudo e as cidades ardiam. Gregório perguntava: «Onde está o Senado? Onde está o povo?». «Tudo dissolvido». O antigo prefeito de Roma, agora no topo da Igreja, assumiu o encargo de salvar a cidade, reabastecendo, organizando, julgando, reconstruindo a cidade terrestre para fazer a «Cidade de Deus», segundo o ensinamento do seu mestre, Santo Agostinho, «Pergunto-me», dizia ele, «se neste momento ser papa é ser chefe espiritual ou rei temporal?»
Nessa altura o ducado de Roma, no meio dos ducados lombardos, era necessário á segurança da Santa Sé e Gregório apropriou-se dele, fundando assim o domínio temporal do papado, colocando a Igreja como um Estado, governado pelo papa.
Durante o seu pontificado impôs a disciplina dos clérigos; aos monges o respeito das regras; o celibato dos padres; o julgamento de diferendos pelos tribunais eclesiásticos e fez-se respeitar pelos príncipes.
Para evangelizar as Ilhas Britânicas enviou, em 597, uma missão romana de monges do Mosteiro de Santo André, chefiada pelo superior, o monge Agostinho (hoje conhecido por Santo Agostinho de Cantuária), que desembarcou na foz do Tamisa.
Primeiro quis cristianizar o Kent e conseguiu que o seu rei, Etelberto, aceitasse ser batizado. Pouco depois, Agostinho, já bispo de Cantuária, ministrava o sacramento a mais de 10 000 pessoas. Morreu em 604 ou 605, depois de ter consagrado alguns bispos.
A intervenção do papa foi também benéfica na Gália e na Espanha, aqui com a conversão do rei visigodo e a abjuração dos bispos arianos a merecer-lhe atenção especial nas cartas que escreveu ao bispo de Sevilha, São Leandro.
Para defender as províncias eclesiásticas de África, submetidas a Bizâncio, realizou o sínodo de Cartago, no Verão de 594, saindo dele decisões enérgicas que erradicaram por completo a heresia.
Os seus últimos anos de vida foram marcados pelo sofrimento da gota e em 599 já raras vezes saía do leito.
No seu último ano de pontificado revelou grande energia e, mesmo do leito, escreveu muitas cartas: incita os bispos de Campânia a maior atividade apostólica; repreende o bispo de Nápoles por falta de zelo; defende o bispo de Palermo contra as injustiças do seu prelado; defende, ante a corte de Ravena, os direitos dos proprietários da Sardenha e ainda da subsistência dos mosteiros.
Finalmente, encontrou a paz eterna e o seu corpo jaz na Capela Clementina, da Basílica de São Pedro.
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SABINIANO
Sabiniano
(De 604 a 606)
Para substituir São Gregório Magno escolheram o diácono Sabiniano, que tinha sido representante do falecido papa, como aprocrisiário na corte bizantina, sendo eleito em 13 de Setembro de 604, depois de seis meses de sede vacante.
A verdade é que Sabiniano não se comparava com o seu antecessor e para além da tarefa de ter de substituir um pontífice excepcional teve pela frente um, ano marcado por calamidades públicas e não as conseguiu debelar. O papa São Gregório Magno tinha posto à disposição dos famintos os celeiros pontifícios, mas a Santa Sé estava sem recursos e Sabiniano viu-se obrigado a vender os cereais em vez de os distribuir gratuitamente como antes. A medida foi impopular e irou a população contra o papa, tendo sido, provavelmente, uma insurreição que lhe provocou a morte.
Segundo o Liber Pontificalis, o receio de desacatos populares obrigou a que o cortejo fúnebre seguisse por fora das muralhas até chegar a São Pedro.
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SÃO BONIFÁCIO III
São Bonifácio III
(Em 607)
Durante um ano esperou-se por um papa, pois Bonifácio só foi eleito em 23 de Dezembro de 606, até que Focas, imperador de Constantinopla, reconhecesse a sua eleição, o que só aconteceu em 19 de fevereiro de 607.
Foi um pontificado muito curto – durou apenas 265 dias –, no qual Bonifácio III reuniu em Roma um concílio a que assistiram 72 bispos e ainda o clero de Roma, sendo proibido que, enquanto um papa fosse vivo, se fizesse qualquer campanha ou proposta a favor do seu sucessor. Apenas três dias após a morte o assunto podia ser tratado.
Bonifácio conseguiu que o imperador Focas promulgasse um decreto contra o bispo de Constantinopla, Ciríaco, ordenando-lhe que aceitasse que «a Sé de São Pedro Apóstolo deveria ser a cabeça de todas as Igrejas (…), pelo que o título de bispo Universal apenas cabia ao bispo de Roma».
A lápide da sua sepultura na Basílica de São Pedro exalta-o como «Guardião da Justiça», recto, paciente, benigno e piedoso.
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SÃO BONIFÁCIO IV
São Bonifácio IV
(De 608 a 615)
Foram dez meses de sede vacante até que Bonifácio IV assumiu o pontificado em 25 de Agosto de 608, enfrentando os tempos difíceis devido à fome e às epidemias que fustigavam a população.
Em 1 de Novembro de 609 transforma o Panteão dos deuses gentílicos em local de culto dedicado à Santissima Virgem e a todos os mártires.
Segundo a tradição, fez transportar das catacumbas ossadas de mártires que ficaram depositadas num grande recipiente de pórfiro sob o altar-mor.
Ainda hoje, a 1 de Novembro, se celebra a veneração de Todos os Santos, que terá sido introduzida por ele no Ocidente.
Com o espírito piedoso transforma sua própria residência em mosteiro e faz erigir vários hospitais.
Teve íntima colaboração e trocou correspondência com o monge irlandês São Columbano (540-615) na organização da Igreja de Inglaterra.
O Liber Pontificalis atribuiu-lhe a introdução do direito de asilo nas igrejas.
Durante este pontificado a situação no Oriente tornou-se crítica e em 610 Heraclio assassina Focas e proclama-se imperador. Quatro anos depois os Persas comandados por Cósroas, conquistam Jerusalém, causam grande mortandade e roubam o Santo Lenho da Cruz.
Ao falecer foi sepultado sob o altar de São Tomé, na Basílica Vaticana. Posteriormente , os seus restos mortais foram trasladados duas vezes antes de regressarem de novo, a São Pedro, em 21 de Outubro de 1603, quando era papa Clemente VIII.
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Continua:…
Post colocado em 4-1-2013 – 11H00
ANTÓNIO FONSECA
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